Corre por aí uma frívola discussão em torno de um director-geral, do que ele ganha. O pequenino país que é Portugal - o da inveja, o do ressentimento, o dos merceeiros, o que não cresce - indigna-se por causa da "igualdade". Como se todos os directores-gerais e equiparados deste pobre sítio, como lhe chama o Ribeiro Ferreira, fossem iguais no sentido que interessava que o fossem. Tome-se o exemplo do director-geral da "inovação e desenvolvimento curricular". Só o nome é assustador. A mania de colocar o termo "inovação" à frente de tudo é, quase sempre, meio caminho andado para a asneirae para o absurdo. Aliás, a "inovação" é de tal ordem que o referido director-geral se louva em legislação do augusto doutor Salazar, de 1967, para justificar a aplicação da tenebrosa TLEBS. Isto é, a "experimentação" que o senhor defende (chamam-lhe enfaticamente "experiências pedagógicas em crianças") com a pertinácia e com a teimosia própria dos "iluminados", equivale a tratar os alunos como ratinhos de laboratório para os delírios das doutas cabeças que inventaram a coisa, tudo por causa da horrível "inovação". O pior é que não é só ele. A gentinha habitual das "esquerdas" também está encantada com a TLEBS em nome, quem sabe, da "utopia" que enche de vento as suas pobres cabeças. Em vez de andarem a discutir o salário de quem quer que seja, fariam melhor em meditar no que é que directores-gerais desta estirpe andam a fazer à conta do "progresso" e da interpretação que os mandam ter do "interesse nacional". É por causa de "progressistas" destes que estou cada vez mais reaccionário.
2 comentários:
sim ..já se tornou claro que se quer afastar o paulo macedo. a questão é a quem interessa que ele seja afastado...
Entretanto,
com TLEBS ou sem TLebes, lá vamos,
cantando e rindo. Mais que progressistas/reacionários,naquelas paragens, dá para perceber o sentido:
«“O quinto império” / Dominique de Roux (1977, Paris) / : «Cada cinquenta anos, o país sonha ser a primeira sociedade liberal avançada do mundo. Cada cinquenta anos, o libertário volta à superfície. Procura-se então um banqueiro ou um professor de economia capaz de casar meio século de bordel com O Espírito das Leis» (223)
Os portugueses nunca descobriram nada, senão a Índia no século XVI.
Sem endereços e todos com o mesmo nome, obedecendo a dois ou três pequenos princípios, entre os quais o de inventarem títulos... (302)
Z
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