Na sua crónica diária no Público, Eduardo Prado Coelho, que acumula a escrita com a condição de candidato autárquico, em Lisboa, na lista de Carrilho, diz que "não devemos ter ilusões": "a imagem do PS que vai resultar das próximas eleições autárquicas é a de uma enorme derrota". Esta extraordinária "visão" e, sobretudo, a "convicção", devem estar a ajudar imenso o seu amigo professor. Tirando isso, EPC não deixa de ter alguma razão. Dá ideia que o PS precisa dos resultados do dia 9 para se ver livre de Jorge Coelho. Não foi ele o responsável pela maior parte das escolhas do partido por esse país fora? Não é ele a encarnação do "aparelho", do rústico ao urbano, da grotesco ao "sério"? Eu gosto de Jorge Coelho, que conheci enquanto MAI, e enojam-me os termos com que Alberto João Jardim se referiu a ele na Madeira. Apesar do apoio dado a Sócrates, Jorge Coelho tem um peso específico que eventualmente "pesa", agora, em demasia. Talvez haja aqui uma subtil manobra para, depois das autárquicas, o afastar da campanha de Soares. Ou, melhor dizendo, de Soares arranjar um bom pretexto para não ter Coelho por perto. Eu, pelo sim, pelo não, não gostaria de o ter como inimigo.
Sem comentários:
Enviar um comentário