A RTP forneceu, por instantes, imagens de Fátima. De um lado e do outro da alameda do Santuário, milhares de peregrinos assistiam à chuva à passagem da imagem da Senhora em direcção ao altar. "Não matarás", percebi pela locução, é o tema desta celebração. Simultaneamente, em Roma, está reunido o Sínodo dos Bispos, com o Papa Bento XVI, para discutir a eucaristia. A presença habitual de uma multidão nestas celebrações de Maio e de Outubro, indistinta na sua composição social, política ou cultural, corresponde a uma atracção aparentemente inexplicável. Confere, no entanto, um sentido permanente às primeiras palavras do pontificado de João Paulo II: "não tenhais medo, abri o vosso coração a Cristo". E Ratzinger, de uma outra maneira, também "explica" o "mistério" repetido e renovado de Fátima: "Desse lugar foi lançado um sinal severo, que investe contra a falta de reflexão reinante, um apelo à seriedade da vida e da história, uma recordação dos perigos que pairam sobre a humanidade. É o que o próprio Jesus lembra muitíssimas vezes, não temendo dizer: "Se não vos converterdes, perecereis todos" (Lc 13,3). A conversão - e Fátima recorda-o plenamente - é uma exigência perene da vida cristã". Custa assim tanto a entender?
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