17.7.11

O IMBRÓGLIO


O tema "Murdoch/jornalistas/ editores ex-futuros assessores governamentais/escutas, etc, etc." tem aparecido invariavelmente relegado para as vinte ou trinta e algumas páginas dos nossos jornais. Nas televisões, só os ligados ao "meio" conseguem decifrar a coisa também com tendência a emergir muito para o meio/fim da escala noticiosa. Todavia, o assunto é mais sério do que parece como se constata pelas demissões em cadeia no emporio Murdoch e pelos embaraços políticos causados na oposição e no governo britânicos. Como é que se pode explicar ao "povo" do qual emanam os governos que, afinal, estes temem menos o seu julgamento democrático do que a contingência fáctica imposta por uma actividade económica tão ferozmente competitiva como qualquer outra que é hoje a comunicação social? Chistopher Hitchens coloca o "imbróglio" no ponto devido. «The comparative fallout of the scandal on Britain's two main political parties is probably fairly even. Successive Labour governments maintained much the longer and warmer relationship with Murdoch, while Conservative Party leader David Cameron did employ a former News of the World editor who is implicated in the phone-hacking scandal in a senior government media position (and Cameron has, aside from professional politics, himself pursued no career except that of a PR man for TV companies). The most neglected aspect of the entire imbroglio is this.»

3 comentários:

Anónimo disse...

Gosto muito do Dr Balsemão e do Dr Paes do Amaral. Felizmente que cá no nosso quintalinho não há vergonhas destas. Em Portugal é como se estivéssemos no céu!

Nuno Castelo-Branco disse...

No entanto, a colocação da terrorista menina Rebekah à guarda de quem de Direito, não chega. Seria um excelente sinal se algo de parecido sucedesse aos dois terroristas Murdoch, o pai e o filho. De preferência, num cenário "à americana" e tal como o terrorista Murdoch teria gostado de ver noutros, como Strauss-Kahn, por exemplo. Os ingleses têm uma excelente oportunidade para "marcarem posição", já que não conseguem fazê-lo com o terrorista imã de Finsbury Park, por exemplo.

observador disse...

A histórinha de Murdoch e afins já deu um filme, que vim em tempos na TV, em que um fulano criava um império jornalístico com menos que zero de escrúpulos.

Contudo, o povo léu adora estas coisas sórdidas compreendo a eito os pasquins, até ao momento em que decide armar-se em virgens ofendidas e violadas.

Já quando o povo léu é mais "fino" o mesmo nível de reacção só se verifica se a compra de "Ferrari" é posta em causa, como foi o caso.

Até este nível ser atingido, obtém-se dividendos a Ética fica na gaveta fechada a sete chaves.

É a vida moderna ...