23.7.11

CALMA DE MORTE


Os países do norte da Europa têm a fama (e algum proveito) de serem calmos. Por isso é-lhes díficil entender que o inimigo possa ser um dos seus. A "calma" com que foram eliminados Olaf Palme, a ministra dos negócios estrangeiros sueca ou um líder partidário holandês, por exemplo, destoa dos lugares-comuns sobre a "normalidade". Há pouco, o correspondente da RTP falava do homicida norueguês como uma "pessoa normal", aparentemente em contraponto a que seria expectável que o ataque viesse do terrorismo islâmico. A Europa dos nacionalismos doentios nunca faleceu. Da mesma forma que o cosmopolitismo - coisa distinta da demagogia "multicultural" - custa a entrar em muitas cabeças aparentemente perfeitas, "normais" e "calmas". Há "calmas" que são de morte.

13 comentários:

m.a.g. disse...

"One person with a belief is equal to the force of 100 000 who have only interests."
Isto é MEDONHO!

Anónimo disse...

O cosmopolitismo, na minha opinião, parece-me algo definível de forma abstracta - e é-o em dicionários. Mas os seus limites ou características mais particulares não. E além desta dificuldade 'banal', que é directa consequência de subjectividades, ainda será necessário ter em conta o tempo, ideossincrasias, loucuras particulares, manias, medos e história. Não há "lugar seguro". Ao mesmo tempo que o Mundo se choca, passa em rodapé nas têvês que "A Bélgica proíbe o véu islâmico" (não apurei onde ou porquê, se na rua ou em escolas). Oslo não será certamente como as animadas e exóticas cidades do Bósforo no tempo dos traficantes de antiguidades e de 'poços de petróleo'; ou como Paris ou NY. Todos sabemos, porém, onde não há cosmopolitismo e onde o multiculturalismo dá pena de morte.

Ass.: Besta Imunda

Anónimo disse...

Jornalistas portugueses noticiando um acontecimento destes passado num dos países (a Noruega está para a Suécia como Portugal está para Espanha, excepto que nós não temos petróleo, nem enlatados de peixe já agora) que para eles são os paraísos na terra e esperar objectividade e informação fidedigna? Só esperando pacientemente sentado. Claro que o assassino/terrorista era uma pessoa normal, e o país um país extremamente tolerante e arco-íris e unicórnios. Ou então o homem normal era de extrema-direita e já se pode fazer uma história para acalmar a dissonância cognitiva, pintando um belo Lúcifer a dar cabo da ordem Celestial. (países escandinavos, os paraísos (socialistas) na terra).
Pena são os 90 mortos(valor a subir) a estragarem a narrativa.
Merkwürdig

Anónimo disse...

Por falar em Calma de Morte:
o directo da TVi24 a partir do Largo do Rato mostra a rua e os passeios enxameados de pessoas - penduradas nos 'resultados'. Como se chamarão os derrotados? "assisistas"? "franciscanos"? "menoritas"? "mendicantes"?
E a facção vitoriosa? seguristas? segureiros? seguradores? "tozéseiros"?

Ass.: Besta Imunda

JSP disse...

A ficção do "multiculturalismo" nos países nórdicos aind vai dar muito amargo de boca aos devoradores do lixo " informativo",tanto impresso como televisivo.
Palpita-me que o próximo choque venha da (minha) bem amada Suomi...

Anónimo disse...

Oklahoma ,Dunblane ,Oslo e não só:

Em Abril de 1995,Timothy McVeigh carrega uma carrinha com explosivos que faz explodir junto ao Alfred P.Murrah Federal Building em Oklahoma City causando 168 mortos ,incluindo 19 crianças com menos de 6 anos .Preso , alega ter sido uma represália pela actuação do Governo Federal contra uma seita evangélica.
Em Março de 1996 ,Thomas Hamilton entra numa escola primária em Dunblane ,Escócia,dispara sobre as crianças matando 16 e dois professores.Os motivos para a chacina nunca foram claros ,mas parece ter sido uma vingança contra o ostracismo a que elegadamente a população da aldeia o votava.
Em Abril de 1999 foi a vez de Columbine High School com 13 mortos;em 2007 aconteceu outra matança desta feita na Virginia Tech com 32 vitimas.
O horror acontecido na Noruega é apenas o mais recente de uma longa lista de tragédias e ,agora mesmo,alguém nalgum lugar,vai alimentando o seu ódio não importa contra quem,causa,religião ,país ou lugar até ele crescer ao ponto de justificar a imolação do maior numero posivel de inocentes.
Não vale a pena procurar a razão naquilo que é fundamentalmente irracional,só há que encarar o facto que ninguém em nenhum lugar está imune e assegurar que quem mate não fique jamais impune.

Anónimo disse...

A Besta Imunda não foi tocada pelo lado afectivo do To-Ze-Seguro, uma pena

Anónimo disse...

tantas lagrimas, calma malta, o que não faltam é idiotas para repor o stock, transfira-se somalis para a noruega

Anónimo disse...

O joão Gonçalves mostrou aqui neste post que é maçon.

João Gonçalves disse...

Ai sim? Explique-me lá isso como se eu tivesse 5 anos.

Nuno Castelo-Branco disse...

Sinceramente, prefiro o filme com o mesmo nome: Calma de Morte.

Karocha disse...

Nuno Castelo-Branco

Filme notável, mas se reparar, quando algo está para acontecer, existe sempre um calma de morte!

Anónimo disse...

São calmos, mas quando "desbundam", como dizem os brasileiros, são capazes das mais terríveis barbaridades, cometidas a sangue frio, metodicamente. Hitler é um exemplo flagrante. Um latino seria incapaz de fazer uma coisa destas.