19.6.11

OS CANTOS, EM GERAL

"Maradona", por via da Ana Cristina Leonardo (a coisa também envolve a Carla Quevedo) transmite-me um "questionário" literato. Como é domingo, dia do Senhor, e a beatitude e o Guincho imperam, respondo.

1 - Existe um livro que lerias e relerias várias vezes?

À semelhança de Cioran, acredito que um livro só fica "lido" depois de lido várias vezes. A partir de certa fase da vida, aliás, o que apetece mais é reler. É um cliché mas não há mais começos. O que há é complexos editoriais que precisam fazer pela vida e que colocam cá fora objectos parecidos com livros que têm na capa nomes que designam por "autores". Leio e releio poesia matéria acerca da qual quanto menos se disser, melhor.

2 - Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?

Claro, até de pessoas que são "meus" autores. De um que não é, Saramago, A Jangada de Pedra.

3 - Se escolhesses um livro para ler para o resto da tua vida, qual seria ele?

The Cantos, de Ezra Pound.

4 - Que livro gostarias de ter lido mas que, por algum motivo, nunca leste?

Amores no Campo, de Sarah Beirão.

5- Que livro leste cuja 'cena final' jamais conseguiste esquecer?

O Libertino passeia por Braga, a Idolátrica, o seu esplendor. De Luiz Pacheco.

6- Tinhas o hábito de ler quando eras criança? Se lias, qual era o tipo de leitura?

A Condessa de Ségur, a Blyton, pouco Verne, algum Tintin e o Adolfo Simões Müller.

7. Qual o livro que achaste chato mas ainda assim leste até ao fim? Porquê?

Direito Internacional Privado, Ferrer Correia. Porque fui obrigado.

8. Indica alguns dos teus livros preferidos.


Não existem mais porque o seu autor, Joaquim Manuel Magalhães, os suprimiu. Ainda assim, dele e em vigor, Os Dois Crepúsculos. De Jorge de Sena, O Reino da Estupidez I. De Eugénio de Andrade, Prosa. De Richard Rorty, Contingência, Ironia e Solidariedade. De Peter Sloterdijk, O Estranhamento do Mundo. De Céline, À l'agité du bocal. De Proust, A Recherche. De Jean Genet, Pompes Funébres. De Adolfo Casais Monteiro, A Poesia de Fernando Pessoa. De Jonathan Littell, As Benevolentes. De Tolstoi, Anna Karenina. De Flaubert, Madame Bovary. De Stendhal, Le Rouge et Le Noir. De Eça, A Correspondência de Fradique Mendes. De Gore Vidal, United States. De T.S. Kuhn, A Estrutura das Revoluções Científicas. De Vergílio Ferreira, Conta-Corrente. De Vitorino Magalhães Godinho, A Estrutura da Antiga Sociedade Portuguesa. De Vasco Pulido Valente, O Poder e o Povo. De António José Saraiva, Ser ou não ser Arte. Et tal.

9. Que livro estás a ler neste momento?

Dois. De Richard Rorty, Consequências do Pragmatismo. De Maurice Blanchot, La Raison de Sade.

10. Indica dez amigos para responderem a isto.

Carlos Vidal, José Mendonça da Cruz, António Nogueira Leite, Almocreve, Medeiros Ferreira, Helena Matos, Do Médio Oriente e Afins, Luís Paixão Martins, Pedro Magalhães, Fernando Martins.

8 comentários:

jgoncal disse...

O Livro do Professor Lima Pinheiro, também não é boa peça.. DIP é, realmente, algo de "transnacional"!
Bom fds.

Fernando Martins disse...

Caro João: vou tentar. Espero que os prazos não sejam muito apertados.

Anónimo disse...

Responde a maradona? Pois não devia.

Ferreira disse...

Gabo-lhe a paciência.

disse...

Isto foi o post mais inesperado dos últimos tempos. Eu já devia estar à espera...

Carlos Vidal disse...

"A Viagem ao Fim da...." é melhor do que o outro, citado.
Vou ver se respondo amanhã.
(Senão, terça - que é dia de textos: para catálogos e outros: é dia de escrever, como os outros dias. Cumps.)

Anónimo disse...

Helena Matos sabe ler? E livros? Não fazia ideia,pensei que só cultivava obsessões.

bluegirl disse...

Reler, rever, revisitar ..., mas e o tempo a passar e tanta novidade à espera? Nesta gestão do que "passa" (tempo e o resto)opto pela descoberta do "novo" e não pela redescoberta do "passado", embora reconheça que esta é apetecível. É certo que há muita "novidade editorial" que não passa de lixo (valha-nos que, agora, até os livros podem devolver-se/trocar-se, após adquiridos), mas o horizonte da boa "literatura" é, felizmente, bem mais basto do que a dimensão da nossa vida pode alcançar! Felizmente e desesperantemente, of course!
bluegirl