28.7.10

ACTO DE CIVILIZAÇÃO



A Catalunha, depois das Canárias, foi a segunda região autónoma da Espanha a decretar, no parlamento, o fim das touradas. É um acto de civilização que merece ser saudado daqui, por mais que isso custe ao inesperado cavaleiro tauromáquico Paulo Portas e ao seu grupo de forcados.

20 comentários:

www.angeloochoa.net disse...

Que graça terá
cegar touro
contra vermelhão
e lhe desferir
estocada?

fado alexandrino. disse...

Gostei de ver e ouvir no telejornal um senhor que em linguagem bem do povo explicava esta coisa e gritava "sou espanhol".

Continuem com leizinhas destas e depois não de admirem de um dia terem aquele país todo em frangalhos.

Garganta Funda... disse...

Parabéns, Catalunha.

Com toda a certeza que a Catalunha será o próximo país independente da União Europeia.

Hoje, esta valorosa e histórica Nação ascendeu ao grupo das nações civilizadas.

Como escrevi num blogue insular, as touradas são um costume bárbaro que vem da escuridão dos tempos e que ainda perdura em regiões sub-desenvolvidas ou que ainda resiste junto de populações analfabetas e brutalizadas, «habitat» natural destas «tradições».

Quando é que o Parlamento português vai proibir definitivamente as touradas em Portugal?

Ou vamos continuar ao nível dos Estados Mexicanos, da Colômbia, da Espanha cigana ou de qualquer outro rincão das bananas?

Anónimo disse...

Subscrevo absolutamente.
Viva a Catalunha, gente civilizada que não tolera a bestialidade imbecil em oferecer em espetáculo a morte.

Anónimo disse...

Vão lá dizer isso ao Sampaio e à corja guterreira que pariu o estatuto especial de Barrancos.
Não é só o loiraço do portas.

APC disse...

Os Catalões demonstraram ontem no Parlamento que são um povo maioritariamente civilizado, para quem a estafada palavra Tradição não tem sentido se associada a actos de barbarie. A Escravatura também já foi Tradição e apesar disso acabou-se com ela. Uma besta(não Imunda, embora) referiu há pouco a beleza plástica da Festa. Um animal a vomitar sangue tem uma beleza estética? Fuck you !

m.a.g. disse...

Parabéns Catalunha!
Tortura não é cultura como é óbvio. Pena é que a ministra Gabriela (Cravo mal-temperado e Canela em arroz doce de sorrisos) considere exactamente o contrário.

No que diz respeito a este entretenimento sórdido e cruel, enquanto a Catalunha (uma região que não me canso de visitar e que me seduz em diferentes aspectos) dá um passo em frente com lucidez e demonstrando que as sociedades modernas tendem a tornar-se cada vez mais civilizadas, abolindo, gradualmente, práticas medievais que as envergonham perante si próprias e perante o mundo, e cujo lugar deve apenas pertencer ao passado, este inteligente cantinho da península, à beira-mar plantado, já tinha dado um passo atrás no tempo do presidente Sampaio.
Este ilustre presidente vai ficar na história por dois episódios curiosos: por ter feito um golpe de estado constitucional quando entendeu que o seu partido já estava em condições de governar; por ter introduzido a morte dos touros na "região autónoma de Barrancos" dando início a um país com leis diferentes consoante o local em que se aplicam.

Anónimo disse...

Mas ... e o Alphonse?

(de Sade, para os esquecidos da semana passada.)

As torturas desse não são cultura?

É por ser por escrito, ou temos PETA?

João Gonçalves disse...

Que grande imbecil.

VANGUARDISTA disse...

Será cililização abdicar da cultura ancestral dum povo?
Será cililização renegar a tradição história?
Será civilização negar a expressão colectiva da "fiesta" ?
Não terá a Espanha e o mundo de hoje problemas civilizacionais bem mais graves que a "fiesta brava"?

Anónimo disse...

Que tão grande bando de idiotas!
Com a mesma presunção, demagogia e burrice, o que não se poderia dizer daqueles - pessoas, regiões ou estados - que defendem e promovem o aborto como uma opção, como uma conveniência???
(João deixa de ser burro! não gostas do paulinho das feiras??? eu também não!!! e daí?).

Anónimo disse...

A tourada foi proíbida na Catalunha porque a crêem castelhana ou andaluza.
Agora de si que certamente leu Eliade e coisas sobre sagradas e profans coisas e conhece Melo Neto - esperava mais: que tivesse aprendido com Manolete (ou Rilke) a não «poetizar seu poema».
E depois ouve Liebstod?

Unknown disse...

Doc, não se deixe iludir : esta autêntica tourada nada tem a ver com a "corrida". Tem a ver com "coisas" que desembocam em "alívios demográficos", como em 36/39. Este território do antigo reino de Aragão limita.se, uma vez mais , a brincar com o fogo. Até hoje o resultado tem sido sempre o mesmo.
Permita-me uma pequena provocação - "la fiesta más culta que hay hoy en el mundo" , Lorca, Federico para os amigos...

Anónimo disse...

Não entro em campanhas contra as touradas ou contra outro qualquer tipo de alarvidade popular, pois é inútil. Se tiverem de "caír", cá, isso acontecerá com o tempo; sendo muitas vezes essas campanhas contra-producentes (veja-se o que aconteceu em 1975, mas por diversas razões - em que o que se dizia era "que era uma coisa do fascismo"; erro: era bem uma alarvidade "do nosso povo"). Como sou de Santarém e tinha criadores de gado na família (bestas completamente diferentes), assisti a MUITÍSSIMAS dessas manifestações culturais. Mesmo muitas mais do que qualquer comentador deste Blog - mesmo que tenham 70 anos. Cedo aprendi a identificar os tipos sociais e "étnicos" que constitui a assistência indefectível das touradas. Digo-vos, meus filhos, que a coisa não vale a pena. E que já estafou há muito a justificação de "tradição". A "tradição" também englobava crueldades infames como enterrar galos com cabeça de fora, afim de que a populaça o pudesse apedrejar até à morte; ou encher talhas de barro com coelhos vivos e parti-las à cacetada. Não sei se os aficionados da festa-brava que aqui vêm escrever são selectivos na selvajaria, ou se há coisas que consideram "artísticas" e outras "más". Gosto de comer bifes. Aprecio costeletas. Gramo um cabrito estufado. Topo um franguito-da-guia. Mas considero um horror inqualificável a industrialização, tortura e massificação a que os animais são submetidos. Na verdade, até procuro não pensar nisso. Nisso e num laboratório de investigação animal que um dia tive de projectar - para o Estado. Não desejo a ninguém com um mínimo muito mínimo de sensibilidade, ter de passar pela "experiência" e de conhecer aqueles meandros científicos. Como ser vulverável e impressionável que sou, já fui buscar um cão ao canil da CML (é um campo de morte...) e adoptei gatos vadios. Com isto não resolvi nada, e não fiz "avançar a civilização" ou "acabar com a tradição". A tradição, muitas vezes, não passa duma pouca de merda.
Até logo.

Ass.: Besta Imunda

Anónimo disse...

Olhem, eu por mim gostava que o dr João Gonçalves pudesse aqui colocar as eloquentes fotografias de uma tourada espanhola que «O Jansenista» publicou no seu "Blog". A bestialidade humana fala por si.

Garganta Funda... disse...

Vanguardista:

Será civilização abdicar de escarrar para o chão?

Será civilização renegar a nossa tradição do homem tuga, peludo e seboso, malhar na mulher até à morte?

Será civilização abdicar do sacro direito do homem tuga enviar para o chão beatas, papéis e entulho em geral?

Não terá Portugal problemas civilizacionais e «estruturais», a começar pelo analfabetismo vanguardista, muito mais graves e prementes do que estas ancestrais tradições tão arreigadas no ADN tuga?

(l.Quanto às pretenções politicas da Catalunha à independência, são inteiramente legítimas, pois a Catalunha tem história, tem geografia, tem um povo, tem uma língua, tem uma Cultura, e tem Tradições.
Portugal se apoiou- por imposição a «independência do Kosovo» - por maioria de razão deverá reconhecer num futuro próximo a independência da Catalunha.

2.Quanto à «fiesta» é uma «tradição» muito localizada na Andaluzia, salpicada com a cultura gitana, e que foi difundida para a América Central pelos colonizadores desta região.
Nem sequer é uma tradição latina.
No Brasil, no Uruguai, no Chile, no Paraguai, na Argentina,etc. não há touradas e até penso que são proibidas.

3.Se alguém acha que deve haver touradas,por que não haver festivais de pancadaria, de tirar olhos, partir cabeças, enfiar lâminas nos dorsos desses corajosos aficcionados?
E por que não voltar a essas lindas tradições culturais da Roma Antiga e promover espectáculos com leões e tigres numa arena a interagir com humanos sem qualquer protecção, como o Nero fazia com os cristãos? Por que não?
Não será isto também Cultura?
Pelo menos aprendi no Liceu que em Roma essas tradições eram muito queridas da plebe...

Cáustico disse...

Grande passo deu a Catalunha. Porque esperam as outras regiões autónomas? Deixem a imbecilidade eapenas para os espanhóis.

Anónimo disse...

As Canárias não proíbem as Touradas.

Mais um retrocesso na civilização. Entramos cada vez mais na Pós.


Os urbanos e citadinos ou seja os responsáveis pelos maiores massacres de seres humanos, pelas ideologias mais odiosas continuam a sua caminhada tirânica para a pós-civilização.

Nada de bom daí virá.

lucklucky

Artur Portela disse...

O João Gonçalves de tanto ouvir as mentiras do Sócrates tornou-se também ele um mentiroso!

Essa treta das Canárias não pega e é desonesto!

Informe-se antes de escrever postas de pescada!

Eu ajudo:

http://www.burladero.com/reportajes/012942/canarias/prohibidos/festejos/taurinos

Anónimo disse...

"Burladero" é muito bom. Eu sei o que é um burladero. Vi muitos - muitas vezes, e até da perspectiva da besta (preta). O burladero passou da tauromaquia para a política, faz décadas. Agora o que não faltam são burladeros. Zézito y su quadrilla fazem uso frequente desse engenhoso dispositivo. O acto de "lidar-lederando" recorrendo ao burladero, chama-se burla. No caso de Zézito é "enfeitada". Em S. Bento, arquitectos deviam já providenciar a ampliação da sala do plenário para um ciclo completo, com sector-sombra, sector-sol e burladeros (em vez de vermelhos e brancos, seriam em carvalho com "LEX" gravado no centro).

Ass.: Besta Imunda