Ao Diogo Vasconcelos, de Londres e de sempre, a Manuel Matos, de Coimbra, e a Carlos Pereira da Cruz os meus agradecimentos pelo artigo sobre o São Carlos, a temporada e o sr. Christoph Dammann, o seu funesto director-artístico. Desta vez Jorge Calado acerta até pelas comparações oportunas que faz. Dammann é das piores coisas que caíram em cima do nosso único teatro lírico onde o verdadeiro director continua a ser Mário Vieira de Carvalho. Pinto Ribeiro afirmou não concordar com a gestão em curso - a OPART - mas não mexeu uma palha. Estão todos bem uns para outros. Todavia, o público e os contribuintes é que não devem suportar tanta esperteza saloia sob a capa de um cosmopolitismo de paróquia. Como escreve Calado no Expresso, «registe-se que a Vlaamse Opera (a segunda casa de ópera belga) tem nove [produções contra seis por ano no S. Carlos], a Netherlands Opera tem 15 e a Ópera Nacional Finlandesa tem 14. Todas nações pequenas, sem grandes tradições operáticas [contrariamente ao Teatro de Lisboa] (...) que já foi de Gigli, Mödl, Kraus, Gorr, Schöffler, Resnik, Zampieri e Theodossiou.» Mais. «O que Christoph Dammann, director artístico do teatro, tem feito desde a sua conturbada nomeação é, a vários títulos, desastroso. Com as excepções que só confirmam a regra, as escolhas de repertório, de produções, elencos e maestros revelam uma gritante incompetência, reconhecida à esquerda e à direita (...). Dammann esconde-se atrás de uma pseudolealdade para com os artistas que convida, mesmo maus. A lealdade primeira deveria ser para com o público português que lhe paga (...). O problema, meus senhores, não é a falta de estrelas e de cantores caros. O problema são os maus cantores, os maestros desadequados, os encenadores patetas, o pouco respeito pelo público (...). O Estúdio de Ópera é menos um laboratório de pesquisa e formação e mais um truque para fazer mais e baratinho (três títulos entre Novembro/Dezembro) (...). O Opart e a actual direcção do São Carlos desfazem-se em estatísticas para provar a bondade das mudanças. Para eles, a ópera são números, não são pessoas.»
Clip: Verdi, Macbeth.Mara Zampieri, Ópera de Berlim, Giuseppe Sinopoli. 1987
1 comentário:
O OPART é uma empresa bem gerida - por um GESTOR! Tem um Director Artístico com provas dadas, quer se goste mais ou se goste menos! O Sr. Calado diz mal de tudo e de todos, só tem olhos para CONTRA, os PRÓS não são com ele, mas sempre foi assim, com todos os Directores/Adminsitradores/Presidentes que por lá têm passado....não é novidade, portanto. Pelo "andar da carruagem" do Sr. Calado, o São Carlos só será PERFEITO quando o Sr. Calado estiver a eri-lo e tiver um director artístico "ao nível" do seu bom-gosto! Mas acho que isso NUNCA irá acontecer, pelo que o Sr. Calado, também pra variar, deveria dedicar algum do seu tempo crítico a avaliar os prós das coisas.....porque olhe que "lá que os há, há"!!!!
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