O Santo Padre recordou há pouco, na Praça de São Pedro, que o primeiro domingo de Julho evocava a simbologia do sangue na vida dos homens, ou seja, o perpétuo mistério da morte e ressurreição do Senhor, o único sentido da verdadeira vida. E na Profecia de Ezequiel, leitura de hoje, explica-se que somos «uma casa de rebeldes, mas [que] saberão que há um profeta no meio deles.» Há. No derradeiro momento, Jesus, erguendo o cálice, disse aos discípulos - mergulhados na dúvida e na incerteza como nós, fracos como nós mas, na realidade, fortes porque precisamente reconheceram ali a sua fraqueza - que aquele era "o sangue da nova e eterna aliança que será derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados". «Acreditar significa sair das muralhas para, com a força de Cristo, criar espaços de fé e de amor no mundo caótico. O Senhor saiu: é este o sinal da sua força. Ele desceu para a noite de Getsémani, para a noite da Cruz, para a noite do túmulo. Ele desceu porque, no confronto com a morte, é mais forte; porque o seu amor leva o selo do amor de Deus que tem mais poder que as forças da destruição. É precisamente nessa saída, no caminho da Paixão, que está o acto da sua vitória; no mistério do Getsémani já está o mistério da alegria pascal. Ele é o mais forte, não há nenhum poder que possa resistir-Lhe e nenhum lugar onde Ele não esteja. Ele chama-nos a tentar a caminhada com Ele, porque onde houver fé e amor, aí estará Ele, aí estará a força da paz que supera o nada e a morte.»
4 comentários:
Obrigado
Não há Hora mais fecunda, em toda a História do Cosmos, que aquela derradeira, no Getsémani.
GETSÉMANI
Queria agradecer-lhe o testemunho de fé e a beleza do texto.
Uma pequena correcção: não é o primeiro domingo de Julho; é o primeiro dia de Julho, antigamente festa do Sangue de Cristo. Os textos desta celebração estão actualmente integrados na solenidade do Corpo de Deus; concretamente, as passagens bíblicas que lhe são referentes, houve a oportunidade de as escutar este ano, no passado dia 11.
Enviar um comentário