«Não há candidatura de esquerda em apuros que não amanheça, um dia, rodeada de um colorido grupinho de entusiastas prontos a mostrar que a intelligentsia nacional é um exclusivo de uns tantos. António Costa, como seria de esperar, não fugiu à regra: pouco depois de se recandidatar a Lisboa, lá recebeu o apoio de 120 (de acordo com as primeiras expectativas) ‘intelectuais’ de serviço que, mais do que se reflectirem no seu programa de acção, se sentem genuinamente incomodados com uma hipotética vitória de Pedro Santana Lopes. É verdade que Santana Lopes tem este condão: sempre que aparece – e ele aparece constantemente – consegue reunir, contra sim, um coro apocalíptico que anuncia, com inexcedível zelo, um incalculável número de catástrofes associadas à sua eleição. Em última análise, a intelligentsia portuguesa devia agradecer-lhe. Só ele, com o seu proverbial ‘mel’, consegue fazê-la sair da toca e exibir-se florescente nos mais extravagantes manifestos. Com ele, como dizia a canção, há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que se junta, com ar grave e circunspecto, no Martinho da Arcádia, à sombra de Fernando Pessoa, disposto a denunciar os perigos que se escondem por trás das suas imprevisíveis aventuras políticas. Sem ele, este saudável exercício estaria condenado ao fracasso e rastejaria, por aí, sem brilho, entregue às qualidades clandestinas do actual presidente da Câmara de Lisboa. Como é óbvio, António Costa, por si só, não mereceria as honras de um manifesto nem os cuidados especiais que lhe dedica a intelectualidade indígena. A sua permanência à frente da Câmara salda-se, por junto, num enorme ponto de interrogação. É difícil qualificar a sua obra porque, em última análise, a sua obra é um mistério mais ou menos impenetrável. Só agora, no momento da recandidatura, entre conversinhas amenas com Manuel Alegre, acordos ‘coligatórios’ com Helena Roseta e o apoio de dois ou três comunistas, se percebe que a sua força política não desapareceu e que se prepara, do fundo do seu apagado mandato, para suceder a José Sócrates, caso este perca as legislativas e ele consiga sobreviver às autárquicas. Mais do que Lisboa, sente-se na sua recandidatura o embrião de um PS que se prepara para os dias da sucessão. Talvez este quadro, este cheiro a pós qualquer coisa, anime alguns dos 120 signatários. Mas não anima, com certeza, quem perca algum tempo a ler os nomes que constituem este florido grupinho. Os intelectuais que nós temos! 120, para quem não saiba.»
Constança Cunha e Sá. Correio da Manhã
Constança Cunha e Sá. Correio da Manhã
16 comentários:
O Dr Costa pertençe à categoria dos que vivem numa CIDADE virtual.
Está mesmo convencido que pode ganhar Lisboa.
Sobretudo , acha ele, com a companhia que escolheu.........os que faziam falta o Zé e Roseta ........
Politicamente Costa nunca irá dar nada de jeito, nem na câmara nem em lado nenhum, muito menos ao PS nacional.
Intelectuais com casinhas da Câmara e que vivem do subsídio?
Onde têm estado esses intelectuais enquanto o socretinismo vai destruindo o país,violando leis e ética?
Á manjedoura pastando o dinheiro dos contribuintes?
Não são intelectuais,são chupistas cheios de sarna!
O Costa dos quatro costados bem os conhece.Como homem do aparelho socialista sempre conviveu com estas sanguessugas.Sabe ao que andam,sabe fazer este jogo sórdido.
Uma vez montou-se num burro, coitado, para derrotar um Ferrari.
Derrotou-o, só não derrotou o candidato que era simbolizado no pópó.
Fado Alexandrino,
Foi ao contrário.
O burro (o de 4 patas) era conduzido por um saloio. O Ferrari era conduzido pelo outro.
Perante a sua persistência em repetir a horrorosa imagem vou abandonar o clube dos que lhe dão "mimos" para passar para o de fãs do grande lider e cª.
Dr. João Gonçalves, ó Dr. João Gonçalves, estas imagens horríveis que V. Exa. põe neste blogue atormetam-me e deixam-me apoucado.
O texto é giro, engraçado, até...
Mas a pergunta que se impõe é esta: Porque é que Oliveira e Costa foi para casa com uma pulseirinha como brinde??
A resposta a esta pergunta não vale só para matar a minha curiosidade, serviria igualmente e acima de tudo para explicar o Portugal dos dias de hoje!!
Rita
João Gonçalves, é verdade que você foi despedido no seu emprego? É o que se depreende de alguns comentários mais abaixo. Diga-me a verdade que eu também ando receosa.
Ritinha disse...
Tem razão, que ideia a minha.
É claro que ele não fez, mandou fazer.
Para além de 120 "inteligentes" Costa conta com o apoio dos milhares de contentores do Coelho,com a "cólicatória"D.Roseta e respectivo "mintor" Alegre mais a pulseira mágica que o inginheiro já deveria usar há muito.Com este poderoso exército, qual D.Afonso Henriques, conquistará Lisboa aos Mouros e logo após tomará de assalto o Largo dos Ratos.
Amigo:
a lição já remonta ao Estado Novo... A agora este Estado de Coisas Revelhas denominado de Novo Novíssimo pelo Admirável Leader QUE QUER PERPETUAR-SE E ESTREBUCHA... contra quem João Gonçalves, Pacheco Pereira e E TANTOS arremetemos farpas e que povilhéu vomita como provou nos últimos actos de eleições... Simplex=Simplíssimo=ex-FNAT=FamintosNacionaisAmanhados(gordorosamente)aTacho. Se lhes falha tacho é o desespero da Causa! Mantença e tença é quanto querem... A nós tentam com silêncios infames pôr pedra de anonimato.
OS BONZOS DO REGIME E OS AMIGALHAÇOS INTERESSEIROS DE ANTÓNIO COSTA COMEÇAM A SENTIR O TERRENO A FUGIR-LHES DEBAIXO DOS PÉS À MEDIDA QUE SANTANA LOPES SOBE NAS SONDAGENS.
Penso que quando Socrates levou Costa para Lisboa já pensava numa sucessão.
Mas não em 2009, tvz em 2013...
Agora correm os dois o risco de perder, ou nao...
Veremos
"Ou nós ou o dilúvio". Os intelectuais acham que são donos da verdade e que o povo seguirá naturalmente, os seus doutos conselhos. Só que o povo está farto de intelectuais e sabem que o seu voto ditará a diferença.
Até podem ser mais de 120. A Constança diz que não, que são só 120. Talvez Santana Lopes possa almoçar com outros 120...!!
Rita
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