10.7.09

FIGUEIRA



Um toque qualquer inadvertido "apagou" o que aqui estava. Repito, corrigido e aumentado. Soube bem regressar a uma cidade de que gosto e de ter sido recebido por desconhecidos, afinal, conhecidos. O Almocreve, o João, o Saraiva Santos, o presidente Joaquim de Sousa e os anfitriões drs. Domingos Silva e Jorge Lé, a Casa Havanesa, as sardinhas da D. Celeste, na Praia da Claridade, valeram as três "A's" juntas. Não era o mesmo Casino do Festival de Cinema que, à minha semelhança, se tornou noutra coisa. Melhor do que eu porque, à margem da rotina, promove outros eventos como estes encontros com livros e autores. Serão sempre saudades de melhores tempos.


«Nesta mui grande e atlântica cidade da F. Foz, muitas coisas aconteceram, desde o advento da praia social dos anos 50/60/70 (povoada com elegância beirã e espanhola de burgueses e aristocratas), pelos festivais da canção nacional, pela Maria Clara imortalizando a cidade com a sua canção "Figueira", com as incursões sublimes de Jorge de Sena em "Sinais de Fogo", tudo à volta do Grande Casino Peninsular no tempo do Pateo das Galinhas e das noites de Espanha. Mas o que de facto me despertou e incendiou a inquietação de jovem deslumbrado à época, foram os anos férteis de 70, com o Festival de Cinema, que trazia à Figueira em cada fim de verão os sortilégios suaves de Setembro, que o João Gonçalves teve a felicidade de viver e relembrar a partir daquele olhar do mar imenso do muro frente ao Grande Hotel.»




5 comentários:

radical livre disse...

esqueceu "o menino guerreiro"

no meu tempo de coimbra fazia-se aqui a garraiada da queima das fitas.
no verão aos domingos de manhã viajava-mos cedo num combóio pré-histórico com cheiro a peixe que acabava de deixar as vendedoras de peixe e regressava.

era um local ameno e digno

joshua disse...

Conhecê-la é amá-la.

impensado disse...

A Figueira foi uma cidade mártir, totalmente devastada pela falta de gosto e pelo novo-riquismo do poder socialista. Podia e devia ser estudada como exemplo das consequências das taras nacionais, desde o culto pagão dos "grandes empreendimentos" ao gosto pela destruição de tudo o que podia provar a existência de momentos de bom gosto. A Figueira, praia da belle époque, ao contrário das suas primas francesas (Deauville, Paris Plage, etc) desapareceu para sempre. o último atentado foi cometido no jardim, hoje uma área inóspita.

angelo ochoa disse...

que de saudades, diria cesário verde...
a figueira dos anos 60, que amei nos agostos de nosso descontentamento... a útima vez que por aquela marginal tanta vez por mi calcorreada até buarcos andei lá surprendi meu antíquissimo prof de teoria da história silvio lima o homem do ensaio sobre o ensaio mais sua modesta família a um enoitecer. obrigado, joão, por me matar a tal que rói soidadinha!

Anónimo disse...

Boa-noite
Este conjunto de postais datam do último lustro da década de 60 mas sobretudo, do 1º lustro da década de 70 e algumas ainda do 2º lustro. A Figueira modificou-se mas contrariamente a aspectos focados em alguns comentários, mantém-se. A avenida 25 de Abril e do Brasil , ganharam outros contornos e foi ampliado o espaço destinado aos peões. Ir do Cabo Mondego ao Forte St. Catarina faz-se hoje sem cruzar uma única estrada, existindo ainda caminhos alternativos;a garraida tem-se feito anulamente no início de Maio conform programa da queima das fitas;o jardim foi significativamente alterado fruto da necessidade de abatimento de um conjunto de árvores e do alargamento da área "ganha" ao rio.Quanto aos caos urbano, infelizmente começou nesta década abrangida pelo filme.
Cumprimentos
JM