Há dias disse aqui que Maria de Lurdes Rodrigues andava desaparecida em combate. Afinal, a ministra da Educação estava enredada nos "exames nacionais" e de "aferição" do ensino secundário. Pelo que se viu esta semana, mais valia ter estado quieta e calada. A escola democrática não prepara ninguém para o difícil, para a complexidade ou para a vida. A escola permite que milhares de imbecis analfabetos acedam ao ensino superior onde dificilmente conseguem escrever frases com nexo, quanto mais entender uma. A escola priva os meninos e as meninas à "dor do pensamento" enquanto o "plano tecnológico" atribui computadores e telemóveis em substituição dos neurónios. A escola facilita porque, ao facilitar, alegra as estatísticas que são a obsessão "moderna" de qualquer "política" optimista. Os "exames" que Lurdes Rodrigues veio defender em nome de umas estatísticas intelectualmente desonestas são uma vergonha. A escola esconde um embuste em nome da ânsia matemática em "apresentar serviço". A regressão na exigência corresponde à venda de gato por lebre. O governo, afinal, não pretende "qualificar" ninguém. Quer apenas sossego, acefalia, felicidade e uns belos números para apresentar em powerpoint. Como escreve a Maria Filomena Mónica em Os filhos de Rousseau, este «introduziu a ideia de que a criança era um botão de rosa» que «competiria» ao professor «estrumar». O ministério da Educação segue, como forma de propaganda, esta edificante "doutrina" que anula qualquer pretensão do "saber". Transforma alegremente os "botões de rosa" de Rousseau - que são o radioso "futuro" da pátria - em verdadeiras estrumeiras intelectuais.
12 comentários:
A Sinistra Rodrigues é a verdadeira vergonha das estatisticas nacionais.A de pior e mais vigarista Ministra da Educação da Europa.Um puro produto das Novas Oportunidades.Vivam os diplomas à la Farinha Amparo!Abaixo o Saber! P.S.-A propósito de Novas Oportunidades chamo a atenção dos leitores deste blog para a noticia do"SOL" de hoje que nos informa que até hoje não foi ainda distribuido um unico euro do tão propalado QREN,1 ano e meio depois de ter entrado oficialmente em vigor e apesar da Unão Europeia já ter transferido mil milhões de euros para Portugal desde Outubro de 2007 que estão a render juros nos bancos.Trata-se de um verdadeiro atentado contra a economia Portuguesa.O que espera o Tribunal de Contas para abrir uma investigação?Ou esta situação também fará parte da construção do curriculum politico e europeu do Só-cretino?
Isso infelizmente é verdade. E posso atestar, tendo 15 anos, também eu sinto que na escola não nos preparam para o que podemos encontrar lá fora, embora isto dependa muito dos professores e não necessáriamente do Ministério.
O que interessa, e o que me parece importante, foi, como eu disse no meu blogue, a questão de que enquanto se continuar a fazer exames e "aferições" facilitadas só para mostrar trabalho na U. Europeia, estamos bem lixados.
É natural que um Governo dirigido por essa figura de grande intelectual que é Sócrates, só possa permanecer viçosa quando adubada com estrume da qualidade de MLR. A flor de estufa de alguns ex-MES desabrocha no quintal da parolice, da ignorância e, como bem diz, das estatísticas fabricadas em gabintes onde germina a incompetência. Já não é do Portugal dos Pequeninos que se trata, mas sim do Portugal da trafulhice.
Este país está como um cano de esgoto, por onde transitam os dejectos de curilhos feitos à pressa em Universidades da treta. Viva o engº do Penta, porque este é o engº do pedantismo bacoco, da ignorância e do oportunismo.
numa escola "perto de si" os alunos duma turma não conseguiram escrever acertadamente o nome da escola.havia erros para todos os gostos.vão passar todos para não estragar as estatísticas
comentário duma das partes interessadas no futuro da banditagem "burros e desinteressados"
novas oportunidades "politica" ou "rebola caixotes"
PQP
Mais lamentável ainda é o facto de gente que devia saber olhar para o que tem estado a contecer não ter "percebido" coisíssima nenhuma, ou por interesse ou por ignorância. Qualquer que fosse a razão, tal é inaceitável.
Penso que só não existe remédio para a morte mas, se isto continuar por mais tempo, a morte deste país será um facto. O que é que se pode esperar de um país formado por cidadãos incultos, alheados, miseráveis, infelizes, enfim, gente que não tem a consciência de si mesma enquanto indivíduo e enquanto parte de uma comunidade?
Análise muito objectiva.
Mas como é que se pode esperar que haja exigência, em matéria de ensino, por parte de um governo que é chefiado por quem obteve uma licenciatura em engenharia (?) nas condições que todos conhecem?
cuidado vêm aí
"branca de neve e os anões sacanões".
"tu est petrus?"
"nos quoque gens summus"
PQP
João, anda uma mole de gente a dizer isso mesmo desde o início do seu sisudo consulado Medusa: as almas de quem ama o saber e se entrega de corpo e alma para acender o gosto de pensar e conhecer, sofreram, com ela a sádica timoneira da coisa educativa, a maior brutalidade de que há memória nessa matéria.
PALAVROSSAVRVS REX
Ainda está para vir o dia em que os portugueses reconheçam haver qualquer tipo de mérito em alguém que dê a cara por qualquer causa ou política. Preferem sempre, como se de qualquer tipo de doença se tratasse, dizer mal pois, não vá o diabo tecê-las, alguém pode saber e fazê-los passar por parvos, como se eles, ou os pais, ou os avós, sempre tivessem vivido num País de Maravilhas e, só, no passado recente, é que tudo se tivesse desmoronado, e eles, que sempre viveram no país ideal, passassem a ter de viver agora o drama de terem de suportar, contra sua vontade, claro, todos esses "incompetentes" .... parece-me tão óbvio que os "botões de rosa" de Rousseau já se transformaram há muitos e muitos anos, em verdadeiras estrumeiras intelectuais mas, coitados,
sou professora há mais de 30 anos.Nunca vi uma balda tão grande no Ensino e um desrespeito tão grande pela matemática e por professores.Obrigado pela boa análise.H.SARAIVA
MLR faz aquilo que a grande maioria dos nossos políticos fez nos últimos anos: sacrifica o futuro do país à exibição pública da sua vaidade! Isto é agravado pelo facto da sua vaidade assentar em falsos pressupostos.
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