12.1.07

SEJAMOS CLAROS - 6

"Tenho por evidente que a medida legislativa que os proponentes do refe­rendo visam aprovar, na hipótese de resposta afirmativa vinculativa, não consiste numa mera despe­nalização (sem descriminalização). Não se trata, na verdade, de previsão de situações de não aplicação de penas a determinados autores de condutas que continuam a ser qualificadas como criminalmente ilícitas (como acontece com as propostas de eliminação do n.º 3 do artigo 140.º do Código Penal, constantes dos Projectos de Lei n.ºs 308/X (PCP), 309/X (Os Verdes) e 317/X (BE), que, essas sim, conduzem à não punição da mulher grávida em todas as situações de crimes de aborto, praticados fora das previsões do artigo 142.º), mas muito mais do que isso. Trata-se de deixar de considerar como crime, relativamente a todos os parti­cipantes nes­sas intervenções (e não apenas à mulher grávida), o aborto praticado, nas primei­ras dez sema­nas de gravidez, por opção da mulher, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado. E não se trata apenas de afastar a ilicitude criminal, mas toda e qualquer ilicitude. E ainda mais: trata‑se de assegurar, pelo próprio Estado, designadamente através do serviço nacional de saúde, a prática desses actos. Isto é: pretende‑se passar de uma situação de “crime punível”, não a uma situação de “crime não punível”, mas a uma situação de “não crime”, de “não ilí­cito” e de “direito a prestação do Estado. "

Mário Torres, idem

1 comentário:

Anónimo disse...

Vou enviar-te dois mails q troquei ontem c/1 amigo.
Respeito todas as opiniões diferentes da minha, porque cada um terá as s/razões e sentimentos.
Eu tb tenho as minhas e manifestei-me asssim:

Ok (p/o amigo) , eu percebo-te, mas eu não suporto tal ideia.
Vou contar-te 1 história: Há cerca de 15 anos, uma colega c/4 filhos pequenos, viu-se confrontada c/a gravidez da s/filha +velha de 14 anos, a Di (o pai era 1 puto da mesma idade).
Andava completamente doida c/isso e desabafou comigo. Eu só lhe disse: "que todos os problemas dos jovens fossem esse! venha lá esse bébé e, em vez de 4 filhos, passas a ter 5; pior seria uma doença grave, droga ou ser ladra/criminosa ...". Hoje dá graças a Deus e o netinho (já crescido) é 1 miúdo BOM e o tal Pai, juntou-se c/a Di e até são 1 família normal.
Outra História: Lá na N/terra(província) 1 casal abastado teve uma filha deficiente (já detectada na gravidez!) e não optaram p/aborto. Aos 15 anos, essa filha deficiente foi violada e teve uma menina. Os Pais voltaram a optar pela vida e nem pensaram levar a filha a fazer um aborto.
A netinha já tem hj 7 anos: é um sonho de criança, é boa aluna e cresce saudável.
Este exemplo, para mim é uma das importantes lições de vida que já vi. Aquele casal, depois de ver todas as s/esperanças ficarem por ali, sem qq projecção p/futuro por terem tido 1 só filha e deficiente, renascem do desgosto com a melhor coisa com que alguma vez pudessem sonhar: nasceu-lhes uma bébé e a vida voltou-lhes a sorrir e a ter sentido.
Podes pensar que sou lírica c/estes 2 exemplos, mas olha amigo , Deus Escreve direito por linhas tortas !
Xau, 1 Bj. FáPD


Em 11/01/07, um amigo meu escreveu:
Olá Fá.

As imagens são impressionantes! mas não posso deixar de manifestar o meu repúdio pela sua utilização numa campanha, como argumento pelo "Não" à IVG.
Dúvido que haja alguma mulher que, de boa vontade e alegremente faça a Interrupção de uma Gravidez.
Mas há razões objectivas que devem conduzir a que não se faça vr a este mundo uma criança, quando não há perspectivas de vida para ela que não seja um sofrimento contínuo.
E não posso pactuar com o cinimismo balofo e hipócrita de muitos dos apoiantes do Não, que, quando necessitam, não têm dificuldades em ir a Badajoz fazer abortos ou abandonam as companheiras, quando estas engravidam. Também me recuso a pactuar com os justiceiros de naftalina, que julgam e condenam as mulheres que interrompem uma gravidez sem olhar aos condcionalismos e ao sofrimento dessas mulheres.
Sou homem, felizmente nunca passei por uma situação destas, não sei o que teria feito, ou faria, se isso acontecesse, mas nãp posso, nem devo, contribuir para que se mantenha uma lei ignóbil, já alterada na maioria dos países civilizados, que continua a condenar mulheres de forma injusta e a pactuar com o sofrimento de milhares de crianças que nunca deveriam ter nascido.

Por isso, o meu grito:

SIM À VIDA COM DIGNIDADE, NÃO AO CINISMO E HIPOCRISIA DOS QUE DEFENDEM O NÃO À IVG!