A saloiada anda entertida com os carrinhos e as motas a caminho do deserto. Os telejornais abrem com os condutores dos referidos objectos a produzirem banalidades sobre banalidades e com os espectadores agarrados aos telemóveis e às câmaras fotográficas em êxtase. Também falam da abertura da "estação dos saldos" como se se tratasse da primavera ou do verão. Depois segue-se a inevitável bola ou perguntas imbecis ao Chefe de Estado sobre uma lei que ele mesmo promulgou. Houve "janeiras" em São Bento e em Belém e o magnífico ministro Mário Lino abre o ano de entrevistas da 2:, Público e Renascença. O país está de volta.
1 comentário:
pois é, somos liberais mas não gostamos das escolhas da maralha, achamos essas escolhas pouco instruidas, pouco sofisticadas, um nada vulgares para não dizer estúpidas. Ora, porque será que essa gentalha quando pode escolher fá-lo da pior maneira? Não bastaria isto para um liberal se tornar céptico do liberalismo puro e duro? Aliás, um liberal não deveria ser menos moralista que vossa excelência a apreciar os gostos da maioria, e ser mais parcimonioso a fazer juizos de valor sobre o comportamento dos outros. Por um lado este liberalismo crú ataca todas as formas de cultura elitista, maioritáriamente financiadas pelo estado, considera repugnante essa dependência, por outro deplora as escolhas da maioria, que constituem o grande mercado, que pelos vistos prefere um bom raly ou os morangos com açucar a ler Roth. Na verdade o mundo não entra bem em grelhas de tipo liberal ou outras. Somos mais complexos e paradoxais que isso e por isso os ismos continuarão a falhar o alvo.
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