30.3.06

O PRACE


Ao primeiro-ministro sobra tempo para, entre outras coisas, sonhar em voz alta. Em apenas uma semana - pode ser que amanhã ainda ocorra alguma surpresa - tivemos o "Simplex" e, agora, o "PRACE", Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado. Convém lembrar a quem pense que há aqui muita originalidade e imaginação que este "PRACE" era um projecto iniciado sob a vigência da dra. Ferreira Leite e que este governo se limitou a concluir, pelo menos no plano das intenções e dos mapas. Até ao final de Junho, se bem percebi, as "reestruturações" terão que estar feitas. É claro que pago para ver, no duplo sentido do termo. Isto é, espero que se concretizem e, como contribuinte, pago-as efectivamente. Às vezes, mas deve ser defeito meu, fico com a sensação de que há por aí demasiada areia para algumas camionetas. Nalguns casos mais valia explicar direitinho que, mais do que "reestruturar", o que está fundamentalmente em causa é o défice. Parte do "Simplex", o "PRACE" e as regras de avaliação dos funcionários públicos, por exemplo, são instrumentos ao serviço do controlo do défice, mais do que propriamente grandes "reformas" estruturais do Estado "a que isto chegou". Como diria a minha padeira, oxalá tudo corra pelo melhor e saudinha é que é preciso.

1 comentário:

Jose Moreno disse...

A mim parece-me que o que está em causa é o défice, claro, mas também a origem e fonte do défice. Ou seja, esta não é uma medida conjuntural; é estrutural.

Mas mesmo que só estivesse em causa o défice isso já seria bom. Se o efeito do PRACE na racionalização e contenção de despesa pública for estrutural, isso será excelente. Se for apenas conjuntural, isso será apenas bom. Mas será bom!