22.3.06

O PROTESTO

Os "agricultores portugueses" andam nas ruas a berrar contra o ministro. Quem os ouvir até pode julgar que existe uma coisa chamada "agricultura portuguesa". Acontece que já não existe e há bastante tempo, aliás. A mudança de "paradigma" - uma expressão utilizada agora a torto e a direito para quase tudo - a favor dos serviços e do betão, por um lado, e a pobreza evangélica e desprovida de imaginação dos nossos "agricultores", por outro, transformaram a paisagem e a produção. Depois a Europa e as importações, que é uma coisa que não entra na cabeça dos ditos "agricultores", fizeram o resto. A mediocridade indígena, como de costume, veio ao de cima e agarrou-se, como uma lapa, à "subsídio-dependência", a nacional e a de Bruxelas, ambas pagas generosamente com o dinheiro dos contribuintes. Os "agricultores" esbracejam em nome de um mundo desaparecido e dos euros que garantem a sua irrisória sobrevivência enquanto tal. Ainda ninguém lhes fez o favor de explicar isso.

6 comentários:

Anónimo disse...

não é só a agricultura portuguesa que vive de subsídios....toda a agricultura europeia os recebe....
mas os agricultores desta terrinha não só não conseguem exportar os seus produtos, como não os conseguem colocar no mercado nacional....
veja-se como excedemos as cotas de produção de leite e importámos milhões de litros desse produto....
por isso, não acredito no ministro, não acredito na "bondade" do ministro, que entre outras coisas aproveita as conclusões de um "estudo" encomendado para dizer que 80 % da agricultura é inviável....
sendo assim, a porra do alqueva não serve para nada...ou só para turismo...
terá isto a ver com a reconversão da agricultura que apregoa, estúpidamente, o ministro?

Anónimo disse...

Começa dizendo

... ""Os "agricultores portugueses" andam nas ruas a berrar contra o ministro. Quem os ouvir até pode julgar que existe uma coisa chamada "agricultura portuguesa". Acontece que já não existe e há bastante tempo""

... e, estas "palavras" bastam
... realmente penso que a maioria anda
... "adormecida","distraída", "entorpecida", etc.
... e, depois lá vão todas em grupo para e/ou por "isto e aquilo", antes de pensarem pela sua própria cabeça

... é que a meu ver, nem chega a ser "política"

Carlos Sério disse...

Tem havido um alheamento total por parte de quem nos tem (des)governado nos últimos anos ou décadas, relativamente à agricultura. Os serviços do ministério da agricultura, que possuem milhares de técnicos, nunca se deram ao trabalho de, junto dos municípios e em colaboração com eles, procederem ao levantamento dos terrenos concelhios para, baseados nas suas características geológicas, conhecerem quais as suas melhores aptidões agrícolas, (isto nada tem a ver com os Planos Directores Municipais que apenas definem zonas agrícolas, urbanas, florestais, etc). O objectivo seria a elaboração de um mapa do território municipal, onde se definisse com rigor, a potencialidades de cada parcela para esta ou aquela cultura, face à globalização e aos critérios de competitividade económicos.
Posteriormente, haveria que dar incentivos, a todos os agricultores que, nos seus terrenos, cultivassem as variedades de culturas recomendadas pelo estudo. Os municípios por sua vez, com o apoio do ministério, procurariam fazer os emparcelamentos nas zonas de minifúndio e, por outro lado, favorecer e estimular a criação de corporativas de agricultores com a prestação do apoio técnico indispensável.
A agricultura nacional sempre andou ao abandono, nunca se equacionando qualquer projecto para ela. Os governos limitaram-se a distribuir os dinheiros vindos de Bruxelas a uma minoria de “latifundiários” que vêem desenvolvendo apenas uma agricultura de ocasião de cariz especulativo.
Agora que se avizinha o termo das ajudas financeiras de Bruxelas, clamam por del-rei porque se deram conta de como a nossa agricultura se encontra arruinada.

Anónimo disse...

Ruy: não vale a pena.
Câmara do Fundão, há dias: pergunto ao engenheiro do atendimento público, como vai a revisão do PDM? - desejo manifestado em 2003 pelo excelente Pres CMF.
Mais um ano ou dois. Que aguarda definições e revisões de Lisboa, alterações zonas/reservas ecológicas e afins. Umas 20 entidades a opinar.
Quanto á visão do MinAgr, na mouche.

Anónimo disse...

Não desculpe, não é assim.

A Agricultura portuguesa não pode competir com os subsidios espanhois, do pequeno agricultor ao médio é impossivel. Com este corte que mais não é que uma difamação publica deste sector, mais uma desculpa para os cortes- adeus agricultura viva espanha.

Este governo e a desculpa esfarrapada de cortar e exigir , por mau comportamento do portugues, só tem uma saida - não pagar impostos é que o povo portugues já esta farto das piscinas do orçamento, ta fartinho de pagar a agua que este politicos jorram todos os dias.

Isto é injusto e só quem não conhece pode falar desta maneira, continuem a agir como se fossem V. Exas. que pagassem os subsidios, oh meus amigos voces pagam é a despesa publica, não os fundos da OE

Anónimo disse...

No concelho onde vivo, ocuparam-se técnicos, durante anos, num projecto de emparcelamento. Por fim foi posto de lado com o infantil argumento de que não havia unanimidade. As liberdades mal entendidas dão nisto: até impede as medidas racionais.
Quanto às Câmaras Municipais, vou ali e já volto. Alguém conhece algum sector administrativo que mais atrase o nosso desenvolvimento?