10.3.06

LA CIFRA

La amistad silenciosa de la luna
(cito mal a Virgilio) te acompaña
desde aquella perdida hoy en el tiempo
noche o atardecer en que tus vagos
ojos la descifraron para siempre
en un jardín o un patio que son polvo.
¿Para siempre? Yo sé que alguien, un día,
podrá decirte verdaderamente:
No volverás a ver la clara luna,
Has agotado ya la inalterable
suma de veces que te da el destino.
Inútil abrir todas las ventanas
del mundo. Es tarde. No darás con ella.
Vivimos descubriendo y olvidando
esa dulce costumbre de la noche.
Hay que mirarla bien. Puede ser última.


Jorge Luis Borges

1 comentário:

Anónimo disse...

Comentário anterior muito interessante!!!

... prefeiro, o que se segue, o meu ...

Momentos

Chovia
O perfume de terra molhada se sentia
O pensamento corria
Do sofrimento eu fugia
Ninguem me entendia
Nos dias passados, a vida me traíra
Chovia
As pálpedbras fechei
Os punhos cerrei
Os lábios selei
Os braços abraçei
As pernas abandonei
Meu corpo aquietei
Tudo cadeei ... em pensamento
Chovia
O pensamento corria
Música tocava
... “Sinfonia s/um canto na montanha”
O piano vibrava
Contando o que se lá passava
Mostrando como lá se vibrava
Naquela “montanha”
A mostrar concerteza
Como o “melhor” é a “natureza”
Que tantos segredos encerra
E, onde poderemos encontrar
A melhor forma de saírmos de certa “pobreza”
Chovia
E, o piano me dizia
Que algo de bom surgiria
E, o piano tocava
E, me empolgava, me enchia
De toda a força, toda a energia
Montanhas ... espaços únicos
Onde o silêncio é de “ouro”
Onde tudo vibra em sintonia
Onde eu ia, via e sentia
Toda aquela brisa semi-fria, que acaricía
Toda aquela energia, que me envolvia
E, o piano tocava
Meu pensamento corria
O tempo passava
O passado se varria
O meu corpo renascia
Chovia
O piano continuava
Na sua escalada pela montanha
Os tons da melodia subiam
Cada “nota” era “côr” mais viva
A força que transmitia aumentava
E, eu renovada me sentia
E, lá fora ... já não chovia
O sol já espreitava
Por entre os murmúrios de mais um dia

Só falta ilustração com pintura de De Chirico – “Melancolia”