É triste ver o desespero de causa que leva Mário Soares a levantar a questão da pensão de Cavaco. É a mais desapropriada das questões, em particular, vinda de Mário Soares que se pensava estar acima deste tipo de ataques rasteiros, que nele tem o precedente da campanha contra a situação conjugal de Sá Carneiro. É exactamente o mesmo tipo de tiros desesperados, alimentando a nossa inveja socializada de país pobre, que normalmente se voltam contra quem os dispara. O problema é que no caminho deixam lama por todo o lado, atingindo sempre mais quem mais próximo está dos defeitos típicos do nosso sistema político e do seu crónico desprestígio. E isso, queira-se ou não, seja injusto ou não, será sempre mais fácil de cair em cima de um político como Soares do que de um político como Cavaco.
«Somos poucos mas vale a pena construir cidades e morrer de pé.» Ruy Cinatti joaogoncalv@gmail.com
31.10.05
"TRISTE"
É triste ver o desespero de causa que leva Mário Soares a levantar a questão da pensão de Cavaco. É a mais desapropriada das questões, em particular, vinda de Mário Soares que se pensava estar acima deste tipo de ataques rasteiros, que nele tem o precedente da campanha contra a situação conjugal de Sá Carneiro. É exactamente o mesmo tipo de tiros desesperados, alimentando a nossa inveja socializada de país pobre, que normalmente se voltam contra quem os dispara. O problema é que no caminho deixam lama por todo o lado, atingindo sempre mais quem mais próximo está dos defeitos típicos do nosso sistema político e do seu crónico desprestígio. E isso, queira-se ou não, seja injusto ou não, será sempre mais fácil de cair em cima de um político como Soares do que de um político como Cavaco.
SUPER-HERÓIS?
Adenda: No mesmo sentido, o Elba Everywhere.
A "FALTA DE MUNDO"...
A RAZÃO...
"Cavaco vai ganhar e vai ser um excelente Presidente para trabalhar com um excelente primeiro-ministro."
Entrevista ao jornal Público/Rádio Renascença/2:
O QUE É QUE MUDOU?
“o Portugalete apareceu-me [...] com huma cara de vilãozinho, encarquilhada, muy trefo, tudo penedos escabrozos e montes, sem nenhuma lhanesa, muyta silveiyra e a terra partida aos palmos com suas paredinhas, como quem diz. Isto he meu, não he teu, não me furtes as minhas uvas [...]
in "Fastigimia", de Thomé Pinheiro da Veiga
(in cristovao-de-moura)
30.10.05
OTELLO...
 ... De Giuseppe Verdi, para ver no Teatro Nacional de São Carlos, a partir de amanhã, 31 de Outubro, e dias 2, 4, 6 e 10 de Novembro. Libreto de Arrigo Boito, baseado na tragédia Othello, The Moor of Venice, de William Shakespeare. A direcção musical pertence a Antonio Pirolli, a encenação é de Nicolas Joel e a cenografia de Ezio Frigerio. Os cenários e figurinos são do "Théâtre du Capitole de Toulouse". Cantam, entre outros: Mario Malagnini, Otello; Dimitra Theodossiou, Desdemona; Carlo Guelfi, Jago; Carlos Guilherme, Cassio; Carlo Cigni, Ludovico. Toca a Orquestra Sinfónica Portuguesa com o Coro do Teatro Nacional de São Carlos. Otello regressa ao São Carlos depois de, em 1989, Placido Domingo lhe ter dado voz, naquela que foi a única presença do tenor no nosso teatro lírico. É a primeira de um conjunto de óperas que Paolo Pinamonti escolheu para uma temporada que, se não existirem os habituais trambolhões por causa dos "dinheiros", se anuncia auspiciosa. Destaco Otello por, além disso, ser uma das minhas óperas preferidas. Como sugestão discográfica, considero imperdível a versão "ao vivo" - primeiramente ouvida, em "vinil", na casa do saudoso José Ribeiro da Fonte - captada no Teatro alla Scala de Milão, em 1976, dirigida por Carlos Kleiber, com Placido Domingo (a estreia no papel titular), Mirella Freni e Piero Cappuccilli, todos no auge das suas carreiras. Também recomendo as versões onde aparecem os tenores americanos Jon Vickers e James Mckracken, seguramente dois dos maiores "Otellos" do século passado. Ou ainda o Otello de Herbert von Karajan, com Mario del Monaco e Renata Tebaldi (existe uma outra gravação de Karajan, magnificamente dirigida e musicalmente fabulosa, com a Freni e com Vickers, porém "estragada" por um inexplicável Jago de Peter Glossop). Escrevo de cor. Coisas da idade.
 ... De Giuseppe Verdi, para ver no Teatro Nacional de São Carlos, a partir de amanhã, 31 de Outubro, e dias 2, 4, 6 e 10 de Novembro. Libreto de Arrigo Boito, baseado na tragédia Othello, The Moor of Venice, de William Shakespeare. A direcção musical pertence a Antonio Pirolli, a encenação é de Nicolas Joel e a cenografia de Ezio Frigerio. Os cenários e figurinos são do "Théâtre du Capitole de Toulouse". Cantam, entre outros: Mario Malagnini, Otello; Dimitra Theodossiou, Desdemona; Carlo Guelfi, Jago; Carlos Guilherme, Cassio; Carlo Cigni, Ludovico. Toca a Orquestra Sinfónica Portuguesa com o Coro do Teatro Nacional de São Carlos. Otello regressa ao São Carlos depois de, em 1989, Placido Domingo lhe ter dado voz, naquela que foi a única presença do tenor no nosso teatro lírico. É a primeira de um conjunto de óperas que Paolo Pinamonti escolheu para uma temporada que, se não existirem os habituais trambolhões por causa dos "dinheiros", se anuncia auspiciosa. Destaco Otello por, além disso, ser uma das minhas óperas preferidas. Como sugestão discográfica, considero imperdível a versão "ao vivo" - primeiramente ouvida, em "vinil", na casa do saudoso José Ribeiro da Fonte - captada no Teatro alla Scala de Milão, em 1976, dirigida por Carlos Kleiber, com Placido Domingo (a estreia no papel titular), Mirella Freni e Piero Cappuccilli, todos no auge das suas carreiras. Também recomendo as versões onde aparecem os tenores americanos Jon Vickers e James Mckracken, seguramente dois dos maiores "Otellos" do século passado. Ou ainda o Otello de Herbert von Karajan, com Mario del Monaco e Renata Tebaldi (existe uma outra gravação de Karajan, magnificamente dirigida e musicalmente fabulosa, com a Freni e com Vickers, porém "estragada" por um inexplicável Jago de Peter Glossop). Escrevo de cor. Coisas da idade.MUDANÇA DA HORA
"Pronto. Vai anoitecer mais cedo, outra vez. Já não basta vir aí o inverno, ainda temos de lhe adoptar a puta da hora. Aos tipos que gostam do inverno, e aos que acham bem que fique escuro mais cedo, havia a noite de lhes começar às onze da manhã. Todos os dias."
A "ARTILHARIA PESADA"
O DICHOTE POPULISTA
O MEMBRO
29.10.05
O GUERREIRO NO SEU LABIRINTO
UM LIVRO
 "Spinoza admonished us that it is necessary to love God without ever expecting Him to love us in return."
 "Spinoza admonished us that it is necessary to love God without ever expecting Him to love us in return."Harold Bloom, Where Shall Wisdom Be Found?, Riverhead Books, New York, 2005
O VELHO "NOVO HOMEM PORTUGUÊS"
SETECENTOS E UM
REACÇÕES
28.10.05
BATER NO CEGUINHO
A GRANDE ILUSÃO
27.10.05
VALE A PENA
UM MOMENTO
MÍSIA E ARDANT

 Mísia apresenta a sua mais recente produção discográfica - Drama Box - no palco da Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II. "Primero hay que saber sufrir, después amar, después partir y al fin andar sin pensamiento..." Lisboa, Paris ou Buenos Aires e autores como Vasco Graça Moura, Natália Correia ou Astor Piazolla. Esta noite, com a participação especial de Fanny Ardant que lerá o poema de Vasco Graça Moura Fogo Preso.
 Mísia apresenta a sua mais recente produção discográfica - Drama Box - no palco da Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II. "Primero hay que saber sufrir, después amar, después partir y al fin andar sin pensamiento..." Lisboa, Paris ou Buenos Aires e autores como Vasco Graça Moura, Natália Correia ou Astor Piazolla. Esta noite, com a participação especial de Fanny Ardant que lerá o poema de Vasco Graça Moura Fogo Preso.Quando se ateia em nós um fogo preso,
O corpo a corpo em que ele vai girando
Faz o meu corpo arder no teu aceso
E nos calcina e assim nos vai matando
Essa luz repentina até perder alento,
E então é quando
A sombra se ilumina,
E é tudo esquecimento, tão violento e brando.
Sacode a luz o nosso ser surpreso
E devastados nós vamos a seu mando,
Nessa prisão o mundo perde o peso
E em fogo preso à noite as chamas vão pairando
E vão-se libertando
Fogo e contentamento,
A revoar num bando
De beijos tão sem tento
Que não sabemos quando
São fogo, ou água, ou vento
A revoar num bando
De beijos tão sem tento,
Que perdem o comando
Do próprio esquecimento
LER
A "BOUTADE"...
PORQUE NÃO?
O "PATHOS" DO PASSADO
Adenda: No final da inauguração da sede de campanha do dr. Soares, a mandatária Amaral Dias, num arrebatamento feito de nostalgia "anti-fascista" e de "bloquismo" primitivo, avisou que "daqui partimos da resistência para a luta". Em que mundo e em que tempo viverá a ilustre mandatária? 
CAVACO REVISITADO
 O Kapa "recuperou" a entrevista realizada por Vasco Pulido Valente a Cavaco Silva, em Setembro de 1991, nas vésperas da segunda maioria absoluta, para a revista Kapa. Entre outras coisas, lá vem o que, pelos vistos, o agora candidato continua a pensar sobre os famigerados "poderes presidenciais" e que tanto preocupa os "guardiões do templo". Para reler, na íntegra.
 O Kapa "recuperou" a entrevista realizada por Vasco Pulido Valente a Cavaco Silva, em Setembro de 1991, nas vésperas da segunda maioria absoluta, para a revista Kapa. Entre outras coisas, lá vem o que, pelos vistos, o agora candidato continua a pensar sobre os famigerados "poderes presidenciais" e que tanto preocupa os "guardiões do templo". Para reler, na íntegra.K: Não o incomoda a condescendência da burguesia portuguesa consigo?
Sei o que a burguesia portuguesa pensa de mim. Não venho da «cultura de cocktail», como toda a gente sabe. Depois da Figueira da Foz, percebi que tinha entrado, de uma forma inesperada e radical, num novo universo e que, se não me adaptasse depressa e não surpreendesse, era crucificado.
K: Gosta da burguesia portuguesa?
Respeito as diferenças; respeito o direito à diferença.
K: Gosta ou não gosta?
Depende das pessoas. De algumas gosto.
K: E os ares de superioridade dos «intelectuais>,? Não o afectam?
Alguns julgam-se uma vanguarda esclarecida. O pior, para eles, é que se enganaram.
K: Em quê?
Fizeram, por exemplo, previsões catastróficas sobre o que ia suceder ao País e a mim, pessoalmente.
K: E as insinuações sobre a sua cultura?
Sou especialista de determinados assuntos, não sou de outros: e não pretendo fingir que sou aquilo que não sou.
K: E não se irrita?
Não. Acho algumas dessas pessoas bastante azedas e um bocado frustradas. Mas não me irrito. Continuo a minha vida com toda a normalidade.
K:Onde está a Direita e onde está a Esquerda em Portugal?
Foram desaparecendo... foram desaparecendo. Hoje é difícil identificar claramente uma Esquerda e uma Direita em Portugal. As transformações do mundo arrasaram as barreiras ideológicas. E em Portugal, desculpe que lhe diga, também contribuí um pouco para isso. O eleitorado tornou-se fluido e move-se com uma facilidade inconcebível há meia dúzia de anos. Quem imaginava que milhares de eleitores comunistas pudessem vir a votar em mim, ao mesmo tempo que milhares de eleitores do CDS?
Sempre que o Presidente da República, seja ele quem for, membro do partido do poder ou chefe do partido da oposição, interferir nas competências do governo cria inevitavelmente instabilidade no País. O Presidente deve ficar confinado às suas funções. Cabe ao governo conduzir a política geral do País. O Presidente não dispõe dos instrumentos necessários para o fazer e, se o fizer, fá-Io-à por força pela negativa...
26.10.05
OS TORTUOSOS CAMINHOS...
GOSTOS
"O QUADRADO"
"OS PORTUGUESES CONHECEM-NO"
PATÉTICO
25.10.05
A RAZÃO...
Razões para votar Cavaco
O fim do unanimismo à volta da figura do Presidente da República.
O "MANIFESTO"
O "AMADOR" E O "PROFISSIONAL"
Adenda (das onze da noite): O dr. Medeiros Ferreira encara a recandidatura do dr. Soares como um brinquedo novo há muito prometido. Cada gesto, mesmo que previsível, é "novo". Por isso, gostou de ver os mandatários, o dr. Vieira de Almeida, e a colega de blogue, Joana Amaral Dias, "serenos nas suas convicções". O primeiro estava tão sereno que nunca chegou a abrir a boca, nem para as televisões. A segunda, ouvi-a murmurar umas vacuidades sobre um dr. Soares que, ao contrário de MF, ela acabou de conhecer. "Convicções"? Mas diz mais MF. "Ainda não será desta que o regime democrático ficará à mercê dos indiferentes e dos seus inimigos", afiança. Mas, meu caro amigo, com tantos candidatos presidenciais -só o PS tem dois - e ainda com a eventual emergência de um "Pintasilgo de direita", "encavalitado" no seu estimulante candidato, acha mesmo que existe "indiferença"?
QUEM MANDA -2
QUEM MANDA
Adenda: Complementar com este post do Jorge Ferreira.
24.10.05
DIZER "NÃO"
LER OS OUTROS
PERGUNTAS E RESPOSTAS
 1. Luís Grave Rodrigues, do Random Precision, "desafia-me" a responder à "parte" da crítica política que faz a Cavaco Silva, num post onde a mistura com referências desagradáveis. Não possuo nenhum mandato para falar "em nome" do candidato que apoio, mas julgo que é importante que se faça um debate sério em torno das presidenciais e não chicana gratuita. Aliás, dois artigos do Público de domingo - de António Barreto e de Mário Mesquita - constituem bons contributos para esse debate. No seu texto, LGR coloca várias perguntas que, como ele bem sabe, só a leitura do "manifesto eleitoral" de Cavaco Silva poderá responder e outras, ainda, que só o decurso da campanha esclarecerá. Porém, há assuntos que LGR levanta e cuja "resposta" já julga adivinhar por causa das convicções pessoais e religiosas de CS. Pode ser que, nalguns casos, tenha alguma surpresa e noutros, naturalmente, obtenha confirmação. Uma pessoa credível não costuma ceder no essencial e é bom que assim seja senão éramos todos "iguais". No entanto, parece-me inequívoco - e só por má-fé compulsiva ou por ignorância desculpável é que se pode defender o contrário - que CS tem obviamente perfil "para representar Portugal nas mais altas instâncias internacionais". Já o fez, no âmbito da direcção da política externa que pertence ao governo, quando exerceu o cargo de 1º ministro e acho que ninguém se queixou. Pergunte ao socialista Felipe Gonzalez, por exemplo, o que é que ele opinava sobre CS quando ambos eram os chefes de governo da Península Ibérica. Achará porventura LGR que CS não está à altura da representação externa do Estado Português - que é uma das funções do PR - apenas porque não encara o cargo como um híbrido monárquico-jacobino destinado a exibir universalmente lugares-comuns ou vaidades pessoais? Ou, pior, porque aí o argumento seria puramente reaccionário, por pensar que CS não é suficientemente "civilizado" para o efeito?
 1. Luís Grave Rodrigues, do Random Precision, "desafia-me" a responder à "parte" da crítica política que faz a Cavaco Silva, num post onde a mistura com referências desagradáveis. Não possuo nenhum mandato para falar "em nome" do candidato que apoio, mas julgo que é importante que se faça um debate sério em torno das presidenciais e não chicana gratuita. Aliás, dois artigos do Público de domingo - de António Barreto e de Mário Mesquita - constituem bons contributos para esse debate. No seu texto, LGR coloca várias perguntas que, como ele bem sabe, só a leitura do "manifesto eleitoral" de Cavaco Silva poderá responder e outras, ainda, que só o decurso da campanha esclarecerá. Porém, há assuntos que LGR levanta e cuja "resposta" já julga adivinhar por causa das convicções pessoais e religiosas de CS. Pode ser que, nalguns casos, tenha alguma surpresa e noutros, naturalmente, obtenha confirmação. Uma pessoa credível não costuma ceder no essencial e é bom que assim seja senão éramos todos "iguais". No entanto, parece-me inequívoco - e só por má-fé compulsiva ou por ignorância desculpável é que se pode defender o contrário - que CS tem obviamente perfil "para representar Portugal nas mais altas instâncias internacionais". Já o fez, no âmbito da direcção da política externa que pertence ao governo, quando exerceu o cargo de 1º ministro e acho que ninguém se queixou. Pergunte ao socialista Felipe Gonzalez, por exemplo, o que é que ele opinava sobre CS quando ambos eram os chefes de governo da Península Ibérica. Achará porventura LGR que CS não está à altura da representação externa do Estado Português - que é uma das funções do PR - apenas porque não encara o cargo como um híbrido monárquico-jacobino destinado a exibir universalmente lugares-comuns ou vaidades pessoais? Ou, pior, porque aí o argumento seria puramente reaccionário, por pensar que CS não é suficientemente "civilizado" para o efeito? 2. Quanto à minha posição, simultaneamente de suporte a CS e de crítica à recandidatura de M. Soares, a quem, por duas vezes, apoiei, reproduzo parte de um post escrito em Setembro que sumariza, por agora, o essencial. O "regime", se não se regenerar, afunda-se, mais tarde ou mais cedo, nas suas trapalhadas e na sua venalidade. Restaurar, com sensatez, a sua autoridade, sem pôr em causa a "natureza das coisas", é a tarefa mais nobre do próximo PR. Não é preciso ser "presidencialista" para achar que não é com magistraturas "monárquico-republicanas", requentadas com discursatas redondas e vazias, que "isto" lá vai. Cavaco não virá para a "desforra", como se insinua maliciosamente, e o país sabe-o. Sócrates tem um mandato claro que o obriga a ser mais clarividente do que tem sido. Ninguém mais do que Cavaco Silva aprecia a "estabilidade" para que se possa fazer alguma coisa. Mário Soares apenas quer a "estabilidade" - a dele - para não mudar nada e para embaraçar Sócrates quando este não respeitar o "cânone". Cavaco deverá transmitir solitariamente aos portugueses quais as razões políticas que o fazem ser, agora e de longe, o concidadão que, na chefia do Estado, melhores condições possui para prestigiar a democracia e honrar, com decência e um módico de equilíbrio, as instituições. Para isso não precisa de uma "corte". Basta-lhe estar só, com Portugal.
23.10.05
"BLASÉ"
Adenda: Outro exemplo do aqui digo, vem do blogue de Luís Grave Rodrigues, o Random Precision, que eu costumo seguir com alguma atenção. Depois de uma (legítima) crítica "política" ao candidato Cavaco Silva, o autor termina o post com esta desnecessária "pérola" alarve, referindo-se àquele nestes termos: "manequim de Boliqueime, babado de bolo-rei pelos cantos da boca...". Tudo indica que os "índices" de civilidade da blogosfera, mesmo da que, em princípio, se poderia considerar intelectualmente séria, irão descer abruptamente nos próximos tempos, raiando mesmo a sarjeta. E o pior ainda está para vir.
FERNANDA BOTELHO
 No Da Literatura, João Paulo Sousa lembra Fernanda Botelho, "vista" num documentário televisivo. Trata-se de uma escritora - deveria dizer escritor? - cuja discrição não nos deve fazer esquecer a sua obra, parece que por aí reeditada com umas "capas" de gosto duvidoso. Durante anos, Fernanda Botelho morou perto de mim e retenho a imagem dessa mulher elegante, passeando com um pequeno cesto de vime no braço, que usava para as compras, e cuja "obra não é extensa, mas intensa, livre na forma e nos temas".
 No Da Literatura, João Paulo Sousa lembra Fernanda Botelho, "vista" num documentário televisivo. Trata-se de uma escritora - deveria dizer escritor? - cuja discrição não nos deve fazer esquecer a sua obra, parece que por aí reeditada com umas "capas" de gosto duvidoso. Durante anos, Fernanda Botelho morou perto de mim e retenho a imagem dessa mulher elegante, passeando com um pequeno cesto de vime no braço, que usava para as compras, e cuja "obra não é extensa, mas intensa, livre na forma e nos temas".A CULPA NÃO É DELE
O DIA BANANA
22.10.05
CUMPRIR A PALAVRA
PÁSSAROS

LIXO
CHEGA E SOBRA
21.10.05
CAVACO...
"AMIGOS"
DO "RESPEITO"
20.10.05
O PORTA-VOZ DE SI PRÓPRIO
LER
"IT'S POLITICS, STUPID"
19.10.05
A FALHA
DÚVIDA
O PRIMEIRO
18.10.05
DE QUEM?
COMO UM CHARRO
17.10.05
SE
TENHAM MEDO
A SÉRIO?
16.10.05
LER...
NADA MAIS
"CHEIOS DE OUTRAS COISAS"
 "O apóstolo [Paulo] pode dizer "gaudete" porque o Senhor está perto de cada um de nós. E assim, este imperativo, na realidade, é um convite para sentir a presença do Senhor que está perto de nós. É uma sensibilização pela presença do Senhor. O Apóstolo pretende chamar a nossa atenção para essa presença escondida, mas muito real, de Cristo perto de cada um de nós. Para cada um de nós são verdadeiras as palavras do Apocalipse: "eu bato à tua porta, escuta-me, abre-me". É, portanto, também um convite para ser sensível a esta presença do Senhor que bate à minha porta. Não sermos surdos a Ele, pois os ouvidos do nosso coração estão de tal modo cheios de rumores do mundo que não podemos ouvir esta silenciosa presença que bate às nossas portas. Reflictamos, ao mesmo tempo, se estamos realmente disponíveis para abrir as portas do nosso coração; ou talvez neste coração, cheio de tantas outras coisas, não haja espaço para o Senhor e, por enquanto, não temos tempo para o Senhor. E assim, insensíveis, surdos à sua presença, cheios de outras coisas, não ouvimos o essencial: Ele bate à porta, está perto de nós e assim está perto a verdadeira alegria, que é mais forte do que todas as tristezas do mundo e da nossa vida."
 "O apóstolo [Paulo] pode dizer "gaudete" porque o Senhor está perto de cada um de nós. E assim, este imperativo, na realidade, é um convite para sentir a presença do Senhor que está perto de nós. É uma sensibilização pela presença do Senhor. O Apóstolo pretende chamar a nossa atenção para essa presença escondida, mas muito real, de Cristo perto de cada um de nós. Para cada um de nós são verdadeiras as palavras do Apocalipse: "eu bato à tua porta, escuta-me, abre-me". É, portanto, também um convite para ser sensível a esta presença do Senhor que bate à minha porta. Não sermos surdos a Ele, pois os ouvidos do nosso coração estão de tal modo cheios de rumores do mundo que não podemos ouvir esta silenciosa presença que bate às nossas portas. Reflictamos, ao mesmo tempo, se estamos realmente disponíveis para abrir as portas do nosso coração; ou talvez neste coração, cheio de tantas outras coisas, não haja espaço para o Senhor e, por enquanto, não temos tempo para o Senhor. E assim, insensíveis, surdos à sua presença, cheios de outras coisas, não ouvimos o essencial: Ele bate à porta, está perto de nós e assim está perto a verdadeira alegria, que é mais forte do que todas as tristezas do mundo e da nossa vida."Meditação do Papa Bento XVI após o "Canto da Hora Tércia" na "Abertura da Congregação Geral da XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos"
"NADA DURA PARA SEMPRE"...
 "Nothing is forever and the time comes when we all must say goodbye to the world we knew. Goodbye to everything we had taken for granted. Goodbye to those we thought would never abandon us. And when these changes finally do occur, when the familiar has departed and the unfamiliar has taken its place, all any of us can really do is to say hello and welcome."
  "Nothing is forever and the time comes when we all must say goodbye to the world we knew. Goodbye to everything we had taken for granted. Goodbye to those we thought would never abandon us. And when these changes finally do occur, when the familiar has departed and the unfamiliar has taken its place, all any of us can really do is to say hello and welcome."15.10.05
LER OS OUTROS
QUASE TUDO
 1. Se olharmos à composição da "comissão política" da recandidatura presidencial de Mário Soares, onde nem sequer falta o inefável Ivan Nunes, vemos que ela é nitidamente desequilibrada para a "esquerda". Os empresários que vão aparecer na "de honra" não são novos e fazem parte da nomenclatura habitual que tem acompanhado a vida política do candidato. Pelo PS, é também a "ala" esquerdina que aparece destacada - com João Cravinho, Medeiros Ferreira, Sérgio Sousa Pinto ou Alfredo Barroso, por exemplo -, incluindo, provavelmente a contre coeur "soarista", Jorge Coelho. Este, aliás, parece que terá já "avisado" para não contarem com ele para "dizer mal" de Manuel Alegre, o que diz praticamente tudo.
 1. Se olharmos à composição da "comissão política" da recandidatura presidencial de Mário Soares, onde nem sequer falta o inefável Ivan Nunes, vemos que ela é nitidamente desequilibrada para a "esquerda". Os empresários que vão aparecer na "de honra" não são novos e fazem parte da nomenclatura habitual que tem acompanhado a vida política do candidato. Pelo PS, é também a "ala" esquerdina que aparece destacada - com João Cravinho, Medeiros Ferreira, Sérgio Sousa Pinto ou Alfredo Barroso, por exemplo -, incluindo, provavelmente a contre coeur "soarista", Jorge Coelho. Este, aliás, parece que terá já "avisado" para não contarem com ele para "dizer mal" de Manuel Alegre, o que diz praticamente tudo. 14.10.05
UM LIVRO
 Os Poemas, de Konstandinos Kavafis, tradução, prefácio e notas de Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis, Relógio D'Água, 2005
 Os Poemas, de Konstandinos Kavafis, tradução, prefácio e notas de Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis, Relógio D'Água, 2005"Quanto Puderes"
E se não podes fazer a tua vida como a queres,
pelo menos procura isto
quanto puderes: não a aviltes
na muita afinidade com o mundo,
nos muitos movimentos e conversas.
Não a aviltes levando-a,
passeando-a frequentemente e expondo-a
em relações e convívios
da parvoíce do dia-a-dia,
até se tornar como uma estranha pesada.
13.10.05
O APÓSTOLO LOUÇÃ
NÃO DEVIA?
HIER ENCORE
J'avais vingt ans
Je caressais le temps
Et jouais de la vie
Comme on joue de l'amour
Et je vivais la nuit
Sans compter sur mes jours
Qui fuyaient dans le temps
J'ai fait tant de projets
Qui sont restés en l'air
J'ai fondé tant d'espoirs
Qui se sont envolés
Que je reste perdu
Ne sachant où aller
Les yeux cherchant le ciel
Mais le cœur mis en terre
Hier encore
J'avais vingt ans
Je gaspillais le temps
En croyant l'arrêter
Et pour le retenir
Même le devancer
Je n'ai fait que courir
Et me suis essoufflé
Ignorant le passé
Conjuguant au futur
Je précédais de moi
Toute conversation
Et donnais mon avis
Que je voulais le bon
Pour critiquer le monde
Avec désinvolture
Hier encore
J'avais vingt ans
Mais j'ai perdu mon temps
A faire des folies
Qui ne me laissent au fond
Rien de vraiment précis
Que quelques rides au front
Et la peur de l'ennui
Car mes amours sont mortes
Avant que d'exister
Mes amis sont partis
Et ne reviendront pas
Par ma faute j'ai fait
Le vide autour de moi
Et j'ai gâché ma vie
Et mes jeunes années
Du meilleur et du pire
En jetant le meilleur
J'ai figé mes sourires
Et j'ai glacé mes pleurs
Où sont-ils à présent
A présent mes vingt ans?
Charles Aznavour
FÁTIMA EM OUTUBRO

12.10.05
PRIMEIROS E SEGUNDOS
O CANDIDATO JERÓNIMO
O REMORSO
He cometido el peor de los pecados
que un hombre puede cometer. No he sido
feliz. Que los glaciares del olvido
me arrastren y me pierdan, despiadados.
Mis padres me engendraron para el juego
arriesgado y hermoso de la vida,
para la tierra, el agua, el aire, el fuego.
Los defraudé. No fui feliz. Cumplida
no fue su joven voluntad. Mi mente
se aplicó a las simétricas porfías
del arte, que entreteje naderías.
Me legaron valor. No fui valiente.
No me abandona. Siempre está a mi lado
La sombra de haber sido un desdichado
Jorge Luis Borges
11.10.05
UM SENHOR

 
