8.3.05

NÓS E O MUNDO

Parece que a não-notícia do dia é a vinda a Portugal do secretário-geral da ONU para "convencer" alguns ilustres nativos a aceitarem cargos internacionais. De acordo com essa não-notícia, à cabeça dos "desejados" estaria o dr. Vitorino (Refugiados), em segundo lugar o eng.º Guterres (idem, mas já como "segundos") e finalmente o ainda MNE, dr. Monteiro, a quem estaria reservado o cargo de "sub-secretário-geral" da ONU. Aparentemente nem o sr. Annan vem aí, nem nenhuma destas ilustres figuras deverá ir para lado nenhum. O dr. Vitorino quer à viva força manter-se como uma espécie de reserva sagrada do universo. Tomou o gosto do enjoo pela causa pública nacional - nem uma maioria absoluta do seu partido o curou - e faz-se vagamente caro perante outros desígnios, reais ou virtuais. Guterres, que andou por Bagdade a derramar melancolicamente lições de democracia - era o que estava a fazer mais falta àquela gente... - aparece nesta fantasia como uma segunda escolha face a Vitorino. Consta até que já é uma segunda escolha para outras coisas. Monteiro, por fim, não conta muito e deverá regressar à sua honrada carreira diplomática. À falta de "expos" e de "eventos desportivos" - um outro Monteiro, Tiago, ainda não passou de uma mera hipótese e os sucessos no atletismo passam depressa -, demos agora em revelar ao mundo a suposta "dimensão internacional" de alguns de entre nós. Durão Barroso foi o primeiro a "chegar-se à frente" e é o "sem rasgo" que conhecemos. Ora acontece que o mundo não deve propriamente suspirar pelo concurso de mais portugueses, sejam eles Vitorino, Guterres ou António Monteiro. Tem-se safado razoavelmente bem sem nós e - tudo o indica - assim deve continuar.

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