13.5.04

A VIA AZUL

O Dr. Barroso deu uma entrevista à SIC. Entre o jardim de S. Bento e o seu gabinete, resumiu-se o seu "pensamento". Descontando a tentativa pelo menos verbalizada de reduzir o "seu" primeiro vice-presidente a recandidato à Câmara de Lisboa, nada de substancialmente relevante ou de novo adveio da pequena passeata. Barroso acredita fervorosamente em si próprio, no seu "caminho", nos seus "objectivos", nas suas "reformas" e, presume-se, prepara subtilmente o seu privado "rumo à vitória". Em relação a Guterres, Barroso é apenas mais "enxuto" e menos "redondo". Quem o ouve e não está atento, pode até julgar que o País está "a mudar", o tal "Portugal em acção" ou em "evoluçaõ", graças aos esforços dos "ajudantes" e "sub-ajudantes" do primeiro-ministro. Acontece que nada de substancial está verdadeiramente "a mudar" ou a "reformar-se", apesar da crença de Barroso. Ele próprio, aliás, é o primeiro sintoma disto. Acaba de trocar uma visita de Estado por um jogo de futebol alhures. O "beija-mão" a Pinto da Costa falou mais alto e, neste momento, tornou-se um prolegómeno obrigatório do grande "desígnio nacional" (o único que temos) que é o Euro 2004. A provação, aquando da inauguração do estádio do Benfica, não demove a sua persistência estruturalmente maoísta. Limitou-se a mudar de via. Trocou a "via encarnada" pela que está na moda e que manda "em campo", e fora dele, a "via azul". Uma via que, como o tempo se encarregará de demonstrar, o não deverá levar muito longe.

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