8.5.04

FORÇA ABRUPTA?

Ana Sá Lopes, no seu comentário "político" de sábado no Público, que eu li no veterinário, e o Semanário, se não erro, imputam a Pacheco Pereira duas "situações", como diria Sartre. A primeira, a de que Pacheco, um transatlantista intelectualmente robusto, suspeitando de uma eventual deriva não tão solidamente anti-terrorista como a da boa escola Bush/Blair/Barroso, por parte do PS nas eleições europeias ("guerra é guerra", no seu dizer), estaria disposto a apoiar a "Força Portugal" dos Drs. Portas, Arnaut , Santana Lopes, Barroso e Pinheiro (por esta ordem). Isto apesar de ser conhecida a infinita estima política, intelectual e "moral" que Pacheco nutre por algumas das figuras que citei. A segunda "situação", seria a ida do próprio Pacheco para a sinecura da embaixada de Portugal na UNESCO, em Paris, coisa que calha sempre bem a quem gosta, por exemplo, de livros. A remoção das listas da "Força", devido a uma aliança que Pacheco viu (e bem) como pouco saudável, estaria assim mais ou menos equilibrada com estas "redenções" mútuas. Não é por eventualmente Pacheco Pereira tomar estas posições, que eu o vou deixar de considerar menos "livre" ou menos "crítico", e na boa "conta" em que o tenho. Digamos que continuarei a admirar o seu espiríto algo libertário e a sua escrita estimulante, e que lamentarei que, em relação à "Força" do Prof. Pinheiro, não tenha sido tão abruptamente coerente.

PS (não se assuste, JPP): Parece que passa um ano sobre a criação do Abrupto, o alma mater desta curiosa forma de vida imaterial que são os blogues. Citando uma frase bem conhecida de Carlos Candal, dos tempos de Aveiro e de outros "cabeças de lista", parabéns à prima!

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