19.7.09

O REI MAGO

Ia citá-lo, António, juro. Mas depois tropecei no primeiro parágrafo, nos elogios ao improvável presidente do Tribunal de Contas e ao seu ainda mais improvável "conselho para a prevenção da corrupção" (uma invenção do PS "socrático" para não se fazer nada) e nas seguintes frases. «Os corruptos que se cuidem: estão sob observação. E o “observador” não é daqueles que se deixa facilmente convencer por argumentos de afinidade. Sabe-se, por exemplo, que se interessou recentemente pelo terminal de contentores, o que bastou para criar enorme expectativa.» E nisto.«A corrupção é legal e tem apoio partidário e parlamentar. Por isso, há que «liquidar a maior parte das seis ou sete dezenas de Observatórios que existem na Administração Pública. Observatórios de tudo e nada, que se resumem a organizações de livre recrutamento dos amigos e fiéis e a casulos onde crescem fios e redes de interesses. Ao mesmo tempo, limitar drasticamente o número de assessores, adjuntos, consultores e conselheiros que cada gabinete governamental pode recrutar. Hoje, além dos quadros legais, são uns milhares deles, sem contar as empresas e as agências “subcontratadas”. São os locais ideais de reunião das células partidárias de cada ministério. São estas as fábricas de propaganda, eventos e inaugurações. São os alfobres das políticas de destruição dos adversários e de criação de factos políticos. São os viveiros dos futuros directores-gerais e quadros dos partidos. São os laboratórios de produção de interesses, de satisfação de pretensões e de invenção de intrigas. Aqui, a corrupção é lícita, avençada e remunerada a recibo verde. Aqui se faz o que a lei proíbe aos serviços de fazer.» Com a sua lucidez e com o seu realismo, o António ainda acredita no Pai Natal?

8 comentários:

Metonímio Pimenta disse...

Tanto que acredita no Pai Natal que até chega a julgar que é o dito.

Anónimo disse...

e você é mais lúcido pq??

http://lisboalisboa.blogspot.com/2009/07/magnifica-e-exemplar-gestao-de-santana.html

Jean Paul disse...

"Este relatório vem a ponto. Já não vai ter efeitos na presente legislatura, mas os próximos governantes não podem dizer que não sabiam. Os jornalistas não podem invocar a opacidade destes fenómenos. E os magistrados terão mais dificuldade em desculpar. Talvez os corruptíveis tenham mais receio e os corruptores tenham mais pudor. Mais interessante ainda: será talvez um ponto de partida para uma atenção redobrada com estes factos."

Grande António Barrete,conseguiu encontrar a chave do mistério numa penada!

"Este relatório vem a ponto. Já não vai ter efeitos na presente legislatura, mas os próximos governantes não podem dizer que não sabiam."

Isto é o sumo da coisa.A nós ninguém toca,mas o próximo governo vai ter a malta do socretinismo em cima.Que se cuidem!

Isto é demais,é nauseante.

Mani Pulite disse...

O Barreto,como o nome indica gosta de enfiar barretes.Fá-lo com regularidade.Esta é das melhores.Confunde combate à corrupção com lavagem da corrupção e gesticulação cénica para ceguinhos com punição de culpados.Só assim é possivel elogiar o O. Martins grande especialista nestas artes ou não teria estado 10 anos com o Padrinho Mário em Belém.

Anónimo disse...

subscrevo completamente!!

epb disse...

O maior problema, a meu ver, é, e vai sempre ser, a falta de resultados.
Por mais páginas que os relatórios tenham, por maiores demonstrações que façam das imaginativas falcatruas que se fazem na Adm.Pública, o problema é que o resultado que deles se tiram é Zero.
As condenações que existem pelo Tribunal de Contas são sempre a indivíduos subalternos, condenados a devolver meia dúzia de tostões ao Estado. Até mesmo que as conclusões, no parecer não vinculativo, do Tribunal de Contas
sobre a Conta Geral do Estado sejam negativas, de nada valem pois a AR pode aprová-las e quase que todas as ilegalidades se sanam. Condenações de um Ministro ou de um Governo por mau uso dos fundos públicos nunca se viu...
É muita palavra escrita sem resultado nenhum. E, actualmente, o que mais se pede são resultados.

Anónimo disse...

O "António" está há muito sem "emprego" (!) e tenta de todos os modos chamar a atenção para a sua pessoa. Nada é inocente na sua escrita de opinião.
Nada. Aprendi a não o respeitar no momento em que se ocupou a atirar pedras aos seus colegas de profissão, entre outras pérolas de situacionista de "pança cheia", desdenhando de algum bem estar e desenvolvimento do país e das populações. Inqualificáveis as suas palavras.
É tudo menos um pensador, como um "João Gonçalves" ou um "Paulo Guinote". Não tem fibra.

Nada há a esperar do "António".

AH

O "Guilherme"?! Um funcionário público do regime, com características de diplomata, de trato social elegante. Um economista mediano, sem visão, chamado a lugares públicos em que a diplomacia e o seu charme pessoal fizessem "milagres". Foi um fraco secretário de Estado da administração escolar e ministro da Educação, durante vários anos.

Mani Pulite disse...

O O.Martins é um dos grandes responsáveis pelo deficit público.Quando foi Sec.de Estado do pantanoso Guterres na Cloaca da Educação cada vez que reunia com os Sindicatos a despesa pública disparava uns milhões de contos.Até os membros do seu gabinete jogavam as mãos à cabeça segundo fontes muito bem informadas.Grande Oliveira, és um artista mas há muitos e muitos que te topam a milhas!