Vale a pena ler o artigo do António Barreto. É uma boa, porque trágica, síntese destes quatro anos fracassados na educação. E aponta os responsáveis: Sócrates, Lurdes Rodrigues, Walter Lemos, os sindicatos. Todavia, convém juntar aos primeiros três Jorge Pedreira, mais um sociólogo de serviço à 5 de Outubro. Amigos, amigos, balanços à parte.
5 comentários:
À lenta deriva inicial
segue-se o rápido afundamento,
da política demencial
regulamento atrás de regulamento.
A ideia de facilidade
é democrática e igualitária,
é esta a moralidade
de uma política segmentária!
Com base na autoridade
do mais puro despotismo,
tamanha é a imbecilidade
deste ignóbil autismo!
Como professora de Português no Ensino Secundário, lamento acima de tudo os alunos.Costumo comentar que nenhuma mutação genética terão sofrido, ao longo das últimas décadas, que fosse susceptível de neles gerar a incomensurável ignorância, o assumido desinteresse pela cultura que, na sua esmagadora maioria, patenteiam.São, de facto, décadas de programas progressiva (e deliberadamente?) imbecilizantes, de carga horária tendencialmente esmagadora de possibilidades de valorização privada e livre, de cartilha marxista nem sequer encapotada (veja~se o número de vezes em que o medíocre,como reconhecido pelo próprio autor, "Felizmente há Luar", surge nos exames nacionais), de "conteúdos transversais", de um sem-número de aberrações de que a TLEBS é a cereja em cima do bolo e certamente fruto de um qualquer lobby da linguística.
Quanto a nós, professores,alguém deveria escrever a história do nosso sofrimento ao longo desta legislatura.Provavelmente, a violência que nos atingiu resultará da percepção que os governantes terão tido do nosso desamor, uma vez que não apreciamos cábulas, nem chicos -espertos, nem gente que busca tratamento de favor. Tão pouco toleramos o bullying, a tirania do ocasionalmente mais forte. E, sobretudo,abominamos a desonestidade.
Claro que o chavão do corporativismo foi muito útil, enquanto pegou. No entanto, regozijo-me ao constatar que até a comunicação social mais situacionista o vai deixando cair. Pena é que tal só suceda no momento em que é ela a assumir o papel de bode expiatório. Teria sido bom que nos tivessem defendido, ouvido, que tivessem tido o trabalho de escrever ou falar do que realmente conhecessem. Só a invenção dos professores Titulares teria merecido, se mais não houvesse,vigorosa denúncia.Assumimos então a nossa própria defesa,mas continuámos quase invisíveis e inaudíveis até agora, talvez porque os ventos ameaçam mudar... E, já agora, não demonizem os sindicatos. Tempo houve em que só eles nos ajudaram.
O texto do António está soberbo de certeiro. Educação da brutalidade e do excesso. Nada mais que fumos de um desastre indecoroso de tão violentador.
Há matérias que António Barreto é um perfeito leigo como seja a colocação de professores. Seria do mais elementar bom senso que não opinasse sobre o assunto. A colocação a nível nacional, via lista pública, é o garante do primado do técnico e profissional sobre o desmando e deriva no sector, tão fustigado por yes man.
É de notar que a não colocação de milhares de professores nesta fase concorsal (necessidades permanentes das escolas) tem justamente dois objectivos claros: o primeiro é dizer que a ordenação e a transparência de uma lista pública é um erro (percebem-se as razões); contratação de docentes com 15 ou mais anos de serviço em vez da sua pertença aos quadros (mão de obra barata).
Atenção pois aos disparates proferidos por quem é leigo na matéria e não consegue antever o óbvio - a machadada final na Educação. O actual (ilegal) director é já claramente a intromissão do oportunismo (dos bys e girls) nos desígnios da profissão ou primado do técnico/profissional.
Muito cuidado, meus senhores.
AnaH, professora
Sobre «o artigo de António Barreto» que li, e faz com uma lucidez arrepiante o status quo danação da Educação, trancrevo para este seu post, João Gonçalves, quanto opinei para o jacarandá:
António Barreto, não o sei nem o não sei com ou sem netos...
Porque pese tudo quanto argumentemos é o Amanhã que está em causa.
Desnorte de directivas de «pedagogos iluminados» ou não só o futuro sim o futuro é o que está em causa porque a boa causa é e será sempre a felicidade e a paz e o pão dos que vierem após nós.
Deixo-o não sem a mágoa de quem se doutrinado fora por «estes» de ME (e fui seu «funcionário» durante 36 anos...) em nada creria.
13 de Julho de 2009 15:04
Saudações de um, ainda, e a pesar de tudo, «crente...»
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