9.12.06

"GOSTO DE COMANDAR"


Não é à míngua de talentos que a pátria não medra. Vejamos a coisa por partes. O PS, com a ajuda dos seus compagnons de route europeus e do sr. Dean, dos EUA, mostrou quão moderno, "reformista" e de "esquerda" está, cheio de promessas e de realidades comprovadas na estafada lida governamental. O dr. Vieira da Silva é comprovadamente um estadista/socialista exemplar por causa do salário mínimo, devendo em breve erguer-se-lhe uma estátua. No PSD, os talentos espreitam a cada esquina o dr. Marques Mendes para, como lhes compete, esticarem a perninha para o homem se espalhar. Depois de Menezes e, à sua maneira, Rui Rio, veio agora esse notável "comandante" que é Morais Sarmento, um homem cheio "de causas e de carisma", ressuscitado dos mortos do "barrosismo", exprimir as suas mágoas e afirmar-se como "parte de uma solução" que ele nem sequer sabe qual é. Em 2008, diz ele, logo se vê. Mendes é que não. A fisiologia governamentalista do PSD não deve nada a pessoas como Morais Sarmento que, quando teve o poder, falhou da forma estrondosa que conhecemos. Devia estar caladinho por alguns e bons anos. Não tem um pingo de ética política para falar. Ele e outros como ele, que entregaram o poder de bandeja ao PS quando embarcaram na aventura "santanista", apesar de Sarmento dizer agora o pior de Santana. Em comum, esta gente possui um estranho fascínio pelo "fazedor reformista" Sócrates que, secreta ou escancaradamente, desejam ver em São Bento por fartos e longos anos. De alguma maneira, têm razão: foram eles que lá o puseram com o seu arrivismo. Depois, também como lhes compete, odeiam-se fraternalmente. Para além de não quererem e de querem sempre o mesmo - o lugar de Mendes -, cada vez que abrem a boca, enterram um bocadinho mais, não o dito Mendes, mas a credibilidade do partido a que pertencem como alternativa séria ao PS. Mendes não lhes deve dar nenhuma importância. No PSD - e já que está na moda - existe uma mulher que podia ajudar Mendes a extirpar a bagunça enquanto é tempo. Chama-se Paula Teixeira da Cruz, não brinca em serviço e tem "gosto em comandar". Entre ela e os devaneios oportunistas de Sarmento, não hesito.

6 comentários:

Anónimo disse...

O nome que o meu caro amigo João aponta apenas não toca a perfeição para putativo sucessor de Marques Mendes, na medida em que a dita senhora parece ter uma leve relação não profissional com nomes de primeira linha da enebriante e atroz banca nacional.
Se isso seria suficiente para a descredibilizar, bom, então, sempre há a prorrogativa legal de um processo chamado divórcio, que este País há uns anos regulamentou, sem ter tido necessidade de referendo e tudo...

Anónimo disse...

Que a Paula Teixeira da Cruz não brinca em serviço, e não seja dada a devaneios, ninguém tem dúvidas.
Quanto à ética politica, a seu tempo melhor se saberá, mas o desempenho em Lisboa já dá significativa amostra.
Que ela espera que o Dr. Marques Mendes se espalhe, também não, e muito menos que seja outrém a esticar-lhe a perninha...
Que Mendes possa ser ajudado por ela, é muito duvidoso.
A não ser que seja por prudência: "keep your friends close, but your enemies closer"
kk

Anónimo disse...

Há uns anos atrás, findava o cavaquismo, um professor, na FDL, disse-me que o próximo grande lider do PSD seria a Dra. Paula Teixeira da Cruz.
Confesso que tenho esperado para ver...No entanto, a manter-se o caminho, a Dra. Paula Teixeira da Cruz arrica-se a que os escombros da CML lhe caiam em cima. E não vai ser bonito.

António Viriato disse...

Quem me dera que V. tivesse razão, ao apontar essa senhora para coadjuvante de Marques Mendes no comando do PSD. O problema é que nem ela, nem nehum dos putativos canadidatos a líder, reúnem credibilidade política suficiente para fazer do actual PSD um Partido prestante. Nem valerá a pena que regresse ao Poder, enquanto se mantiver em tal estado de desagregação e de ausência de doutrina. Vejamos, para já, se consegue resolver essa magna questão do significado da sua sigla.Pode ser que agora JPP faça jus ao seu pendor reflexivo e contribua para a definitiva destrinça entre a envergonhada social-democracia, de alguns, poucos, antigos militantes do PSD, e a nova menina-dos-olhos, a doutrina neo-liberal, dos seus actuais dirigentes político-gestores ou administradores de empresas, nos intervalos das suas ocupações políticas ou vice-versa, que vem a dar no mesmo. Até lá, até que essa clarificação se dê, oremos, pois, já que pouco de animador se vai podendo enxergar...

Anónimo disse...

«Entre ela e os devaneios oportunistas de Sarmento, não hesito.» Fazes mal. Devias hesitar. Pelo menos.

Anónimo disse...

Paula Teixeira da Cruz é mais um dos poucos humanos que "sabe o que quer e para onde vai" !!!!!

Esperem-na !!!!!

Deus me oiça...