O Bloco de Esquerda, que andava moribundo desde a justa sova que Francisco Louçã levou nas presidenciais, decidiu apresentar uma proposta legislativa que altera o divórcio. Segundo o distinto prof. Rosas, importa "modernizar o casamento" e, consequentemente, acabar com ele de uma forma mais expedita. Os bloquistas entendem que basta a "vontade" de um dos cônjuges para, em três meses e com duas conferências matrimoniais, pôr termo ao contrato. Trivialidades como o património comum ou os filhos são tratados em "processos paralelos". De uma forma sucinta, o prof. Rosas resumiu a lógica da coisa: "Uma pessoa casa-se. Chega à conclusão que foi um erro de casting. Pode requerer a dissolução do casamento. Conclui que se enganou, que não está bem, pede o divórcio". Eu não gosto de casamentos, seja com quem for, e julgo que não há maneira de os "modernizar". Todavia parece-me que fazer deles laboratórios para experiências a dois, como propôe o BE, só contribui para desacreditar ainda mais a provecta instituição. Dá ideia que alguém se casa a pensar de imediato em se divorciar quando lhe der na real gana. Mais vale estar quieto.
11 comentários:
1. No casamento (católico)promete-se fazer o outro feliz até que a morte nos separe. Não se promete a nossa felicidade mas a do outro.
2. Esse é um compromisso sagrado feito de livre vontade.
3. Esse é o cimento indestrutível de um casamento em que ambos assumem a palvra dada.
4.Essa é chave para uma sociedade estabelizada e para a felicidade que encontramos nas bodas de ouro...
5. Não há nada que substitua o sentimento de podermos confiar naquele compromisso mutuo, feito em jovens para toda a vida.
Marga, eu apenas referi o católico porque não sei se o civil usa a mesma formula, embora pense que sim.
A questão, independentemente dos credos, está no assumir o cumprimento do que nesse dia se prometeu.
Quando ambos o fazem, confiando no outro, o casamento dura uma vida...
Por muitas dificuldades e discussões que se passam sabemos que o outro é assim. E que foi com esse "que é assim" que nos casámos e prometemos amar.
Tão liberal que anda o Bloco. É pena que não aplique o mesmo princípio nos contratos de arrendamento e de trabalho.
Mas para que são precisos três meses?
Tanto tempo?!...
O que se faz durante esses três meses? Preenchem-se papéis?
Os formulários levam assim tanto tempo a preencher e entregar?
Não pode ser por email?
Não bastam três minutos?
Ou, vá lá, três horas se for preciso entregar em mão, contando com os engarrafamentos de trânsito?
Aqui fica a sugestão.
À atenção do Bloco!
Mas então o divórcio "na hora" não está incluído nas 400 medidas do Sócrates? Andará o homem distraído?
O tema fez-me lembrar uma ilustração, com o título “Relacionamentos” constituída por um aquário, contendo um casal de peixes, pedrinhas coloridas e, água (é claro).
Dizia a fêmea:
“Vou-te deixar.
Podes ficar com o aquário, mas eu vou levar a água e, as pedrinhas coloridas”
O problema do BE é que não é liberal nem anti-liberal, nem moderno nem pós-moderno... É destrutivo! Nada fica em pé: nem casamentos, nem empresas, nem história, nem tradições, nem democracia, nem bancos, nem riqueza, nada!
Mas por que razão eu não me hei-de poder divorciar se assim o entender ? Acho até que os três meses de reflexão estatal são disparatados. A minha liberdade, neste caso, interfere com a liberdade de alguém ? (só se fôr com a do outro que, se eu me quiser mesmo divorciar, não me vai aguentar ter a seu lado!)
Para o Prof. Rosas são tudo ROSAS
Essa ideia vem ao encontro da observação da PGR, onde diz que “duas pessoas que estão casadas e não se podem divorciar”. Isto em relação às policias e procuradoria.
Brilhantemente foi resolvida pelo BE mais uma crise na justiça.
E não haverá maneira de nos divorciarmos do Dr. Rosas JÁ?
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