28.3.06

D. MARGARIDA

A sra. D. Margarida Rebelo Pinto, que usa o epíteto de "escritora", interpôs uma providência cautelar "com a finalidade de impedir a distribuição e venda da obra Couves & Alforrecas: Os Segredos da Escrita de Margarida Rebelo Pinto", de João Pedro George. Este livro resulta de uma série de posts editados no Esplanar nos quais se analisava, detalhada e criticamente, a "prosa" da senhora recolhida da sua "obra completa". É claro que não falamos de literatura quando falamos de Margarida Rebelo Pinto, mas há muito boa gente equivocada no meio do lixo. A senhora e a sua editora alegam que, depois dos textos de João Pedro George, "as vendas sofreram uma forte quebra" o que constitui manifestamente uma enorme perda para a humanidade, como se calcula. O editor foi mais longe e falou em "ofensas" que não são "próprias de um estado de direito". Vai daí, achou por bem recorrer ao velho esquema da censura por interposta providência cautelar, destinada não só a apreender todos os livros eventualmente já cá fora, como, e sobretudo, a evitar que cheguem a sair. O respeitinho é muito bonito e, para não fugir ao esprit du temps, a sra. D. Margarida também parece estar preocupada com a licenciosidade e com a pouca vergonha. E diz ela que é escritora. Porra.

13 comentários:

Anónimo disse...

Mas alguém me explica como é que uma providência cautelar anda na boca do mundo???

Macro disse...

As mulheres são como os homens, há-as de três sortes: as incapazes, as capazes e depois as capazes de tudo... E aqui entra muita gente (inha)

Quando lembro que o velho Agostinho da Silva dizia ao editor que abdicava dos seus direitos de autor é caso para dizer:apetece fugir.

Mau grado a comparação, pois ela nem sequer é intelectual, é apenas moral.

A busca obsessiva da fama, notoriedade leva a estas anormalidades.Dantes roubava-se para comer pão, hoje as pessoas iludem-se e atribuem-se qualidades e virtudes que não têm, mas vivem no mar da ilusão. E depois julgam que o Direito é uma ciência foleira que serve para quase tudo. Se fosse advogado ficava deprimido.Não deixa de ser um assalto (consentido) ao mercado que lê estes resíduos intelectuais..Estes sub-produtos versão Caras

Zaramago tb se nobilizou...Mas, apesar de tudo, é um pouco melhor, quero dizer: é menos mau.

Cumprimenta
RPM

Macro disse...

Já agora, se me permite, julgo que o que nos falta é o tal common sense, misto de cultura, inteligência, gosto e prudência. Como o povo português - que lê - não tem nada disso, e a maioria lê A Bola e a Caras, aquelas virtudes são pior que água no deserto, não existem.

O direito não deveria ser aqui chamado a regular uma questão que deveria remeter para o "tal" sistema cultural. Uma cultura que tb deveria regular o mercado e não o inverso, como infelizmente sucede... O problema é que o mercado é irracional, toma decisões por "nós" que parece não corresponderem a um standard mínimo. E depois metemos um advogado. Para quê... invocar lucros cessantes...Danos colaterais... que a formiguinha deixou de dormir coo dormia, comer como comia, beber como bebia, f.... como ...ía..

Lembro-me de há uns anos, uma conhecida minha ficar maravilhada com cenas descritas nesses romances de cordel... Lembro-me tb dessa testemunha referir que apreciava muito uns sapatos de berloques mais umas sacanagens e assim ela se maravilhava.

Quando lhe falava no Eça a artista dizia que era chato. E chato era falar com ela mais de 3 minutos.

Resumindo: meter o direito numa questão do sistema cultural é como meter o valentim loureiro a dar uma cadeira de diplomacia, ou dizer desta que é a ciência da sinceridade e um código de virtudes.

O problema está na irracionalidade do mercado: coisas sem qualidade tresandam por aí, e o povão que quer ler qqr coisa fácil e decorável vai, amanhã, à banca do continente ajudar o Belmiro a fazer a OPA e, ainda por cima, presta um péssimo serviço á cultura e à sua própria formação intelectual e cultural. Meter o direito nisto .. vou ali já venho.

Qqr dia ainda vemos "os que andam por aí" assumir estas causas em tribunal. E se assim for é a prova provada de que estamos mmo vivendo no portugal do caninos

boa noite e obrigado
rpm

Anónimo disse...

Creio que estamos perante um duplo atentado às leis do mercado.

1º - relatar oa problemas com a escrita da senhora (sobre os quais não me prenuncio pois não li nada nem dela nem do outro), ocondicionou-se fortemente a acção e livre arbitio do mercado;

2º - quando a senhora lança uma "providência cautelar" sobre o livro " denunciante, volta-se a impedir o mercado de actuar.

devemos pedir que a comição reguladora actue no sentido de tudo ser alegremente vendido, para o mercado decida livremente quem tem razão.

Assim a modos que uma OPA hostil mútua ...

Anónimo disse...

O que me surpreende é a reacção que a editora alude ter ocorrido: uma forte quebra de vendas dos livros de MRP.
Se a obra era assim tão importante, o estilo tão apreciado, a autora tão popular, os temas tão importantes, como se explica que, de repente, deixe de vender?
Que público era esse que apreciava MRP e que agora a esquece, quando surge uma obra a criticar a sua escrita?
Pelos vistos, MRP tinha o público que merecia.

Tiago M. disse...

Ó código de Margarida

Anónimo disse...

Os interesses aqui são interesses difusos,mas de ambas as partes. O Prof. poderia fazer critica de uma forma construtiva. Na nossa sociedade não somos só Agustinas. Também temos outro tipo de escrita, na qual a Margarida se incluiu. Não estou a defender a Margarida, nem a atacar o Prof. mas ele tem mais responsabilidade do que ela. A coisa começou num blogue. Mas que prazer é este do Prof.. Será que a Margarida quer ocupar-se da cadeira dele na Nova? Não, pois não. Então, porque tanta guerra...comercial. Obviamente que muitos de nós, com aquele título vamos a correr ler. O que significa, comprar, também, lixo, porque é disso que se trata quando estamos em presença de couves com muito tempo. Lixo. Prof. disserte sobre o Ramos Rosa, sobre as Cantigas de Amigo do D. Dinis e vá-se lixar. Nunca li nada da Margarida, para que conste. E não pertenço a nenhuma comição.....para a defender. Vamos primeiro aprender a escrever e depois blogar. Só se aceitam erros ditados pela pressa. Não substantivos, funcionais. E deixem a Margarida em paz. Porra

Anónimo disse...

C O M I S S Ã O! Comissão! Já vi este erro em dois comentários, provavelmente do mesmo comentador.
Repare: COMISSÃO. Porra.

Anónimo disse...

Queria dizer : este erro "comição"...

Anónimo disse...

Então agora que a pequena elegeu para a saison um pequeno a modos que muito jovem; então logo agora lançam tal anátema sobre sua escrita cristalina, do mais fino e elaborado( de labor, note-se)recorte?Que maldade senhores, que maldade.

Anónimo disse...

Portugal dos pequeninos! Tão pequeninos que a SrªDª Margarida se deixa aterrorrizar com uma critica e a critica acha que se deve entreter com a SrªDª Margarida. Enfim....

Anónimo disse...

Confesso que não percebo tanto alarmismo com este assunto. Analisando friamente este assunto (depois de ultrapassar a aparente tentado ao direito de expressão que cada um de nós tem) vejamos as características de ambos os lados; A Margarida não sabe escrever bem e apesar de ela acreditar ser uma grande escritora a verdade é que ela escreve contos superficiais. Na realidade não há mal nenhum disso, pois há leitores que apreciam leituras básicas. A história não vai valorizar a Margarida como veículo da literatura portuguesa. Ela é apenas mais uma futilidade que vende neste país. ok. O Jorge é um mau profissional. Um crítico literário deves preocupar em analisar obras com profundidade e que valorizam a qualidade da língua e cultura portuguesa. Não é, obviamente, o caso. Conclusão: A Margarida escreve mal, mas a maquina publicitária torna-se muito lucrativa. A Oficina do Livro é uma editora mercantil, pouco preocupado em publicar escritores com valor literário. O Jorge é um mau profissional e quis também usufrir da máquina publicitária com o mesmo fim: uma obra lucrativa. Quanto a editora, acho caricato uma coincidência: O Valter Hugo Mãe, editor desta nova editora, é ex-editor da Quasi e ele mesmo apostou em várias obras "cor-de-rosa" que foram muito lucrativas para a Quasi. Como este tipo de livro já está a perder o seu lugar ao sol (felizmente) ha-de criticar e insultar estes pseudo-autores e, mais importante, os leitores que compraram estas obras sobre a influência de editoras como a dele, para AFINAL não valorizar este tipo de escrita. Esta hipocrisia enerva-me e enoja-me e a única solução que encontro é reagir a esta crítica da mesma forma que reagi a todas as obras "cor-de-rosa" - despreso. Somos mais inteligentes do que eles acreditam.

Anónimo disse...

Ainda bem que há muita gente a ler