Parece que ocorreu mais uma inauguração de uma estrada. Cavaco foi zurzido a torto e a direito, convém rememorar, por ter tido a ousadia de fazer em meia dúzia de anos o que não tinha sido feito em décadas: dotar o país com um módico de auto-estradas que o aproximasse vagamente de si próprio e da Europa. Depois dele, nenhum governo prescindiu dos seus metros ou quilómetros de estradas e de auto-estradas. Desta vez calhou numa zona onde manda a D. Fátima Felgueiras, essa ilustre refractária à justiça e ao PS. Nenhuma destas duas circunstâncias tem impedido a D. Fátima de fazer o que bem lhe apetece, incluindo ganhar eleições contra o seu ex-partido e dizer ao tribunal, sem se rir, que se "esqueceu" do passaporte no Brasil. Esta inauguração teve, por assim dizer, o "picante" de o primeiro-ministro e líder do PS se ter cruzado com a D. Fátima com quem trocou um amistoso e português beijinho. Esta cortesia mútua, acentuada depois por Felgueiras quando se referiu a "projectos" da autarquia que o governo tem apoiado, não traz nenhum mal ao mundo. Se retirarmos às peripécias da D. Fátima o seu fino recorte latino-americano, ficamos com mais uma "autarca-modelo", um daqueles e daquelas que certo país político não se cansa de parir e de "vender". O "processo" de Fátima Felgueiras nada tem de "kafkiano" e tem muito de Pedro Almodovar, por exemplo. Este país consente tudo e não se dá ao respeito. Não temos irremediavelmente vergonha.
14 comentários:
«Mal chegou, Clément compreendeu a rezão de ser de Portugal, precisamente a de não ter nenhuma»
"O quinto império"
Dominique de Roux, 1977, Paris.
Palavras para quê, são dois artistas portugueses do melhor e mais genuíno que este pobre país tem.Esta senhora(uso a palavra à míngua de alternativa) ri-se de todos nós e o PM presenteia-a, como bem diz, com um amistoso beijinho.Merecem-se.
È isso mesmo. São dois artistas! Cada um no seu estilo.
... ora boa tarde!
... pois como diz
“Este país consente tudo e não se dá ao respeito. Não temos irremediavelmente vergonha!"
... por isso mesmo, está tudo dito, não muito mais há a dizer
... e, já agora
... só por “graça” é claro e, salientando esta sua passagem
“Esta inauguração teve, por assim dizer, o "picante" de o primeiro-ministro e líder do PS se ter cruzado com a D. Fátima com quem trocou um amistoso e português beijinho.”
... pergunto
... “o amistoso e português beijinho” é como apresenta na ilustração?
lamento o post!
fátima felgueiras ainda não foi julagada!
se for condenada o post terá razão de ser..
até lá aguardemos....até porque qualquer de nós poderá ser constituído arguido, seja lá qual for a razão...
e, não podemos esquecer que se isto fosse um país a sério, a grande maioria dos autarcas estaria na cadeia...só que há investigações que são sistemáticamente abafadas....
Lá está outra vez, e como sempre, a gaja chata das "aspas" e das reticências.
Não foram um mas dois beijinhos. Sócrates, que quando na oposição, antes da sua entrada para o governo de Guterres, criticou os governos de Cavaco Silva por construirem demasiadas autoestradas (recorde-se que foi Cavaco que concluiu a AE A1), dizendo que só se pensava em betão,vem agora, com suprema lata afirmar, que o novo troço hoje inaugurado no Norte "jà deveria ter sido construida hà anos". Como poderemos lá entender tanta demagogia.
Bom para além da boa educação era uam inauguração duma auto-estrada, ou a felicitação pelo facto dela trevoltado remoçada sem aquele terrivel penteado que "deixou" no Brazil?
Só faltou o névoa para fazer de compère.Anónimo, pois não!
é raro, mas desta vez concordo consigo.
a hipócrisia está definitivamente instalada e sócrates parecia, num determinado momento, que não ía por aí...
ilusão de óptica.
Define o Dicionário que “Gajo/a” vem do “Caló (dialecto cigano de Espanha) gachó”
E, que significa
“tipo; espertalhão; súcio, matulão; finório; velhaco; manhoso; brejeiro”
... pelo que meu “caro anónimo das 9:12“ gostaría
1º - saber concretamente, a qual destes significados “eu” pertenço
2º - o que é que tem contra as “aspas”
3º - ou se essa sua “aversão” às “aspas” não será um problema de infância bem “recalcado”, “reprimido” , “não resolvido” cuja censura oscila entre o “consciente” e o “inconsciente” (Sabe problemas psicológicos, que ainda não resolveu) mas, que nunca é tarde para tal ...
4º - se as “ditas” incomodam assim tanto, no momento em que, o Autor deste BLOG – João Gonçalves – decidir que “as” não devo utilizar e, por que estou a “incomodar” Caro Anónimo das 9:12 então deixarei de intervir
5º - não é “concerteza” qualquer um que me vai “proibir” de “as” utilizar enquanto não tiver uma razão “plausível
6º - até porque “não sei se sabe” que as “ditas” utilizam-se para:
a) Realçar palavras e expressões a que se quer dar um sentido particular ou figurado
b) Para assinalar transcrições textuais.
c) Para marcar apelidos, nomes e títulos (de livros, revistas, obras de arte, etc.).
d) Para ressaltar gírias, neologismos, estrangeirismos ou quaisquer palavras estranhas ao contexto vernáculo
... mesmo assim, não sei se me “expliquei” ...
Este país tem sido (des)governado por políticos carreiristas, rega geral, sem vergonha.Lembram-se que, quando interrogado sobre se não tinha vergonha de faltar ao prometido, Mário Soares respondeu que "vergonha era perder"?
Assim, quando se lamenta a situação em que nos encontramos atribuindo a coisa a incompetência, eu penso que o desastre se deve, prncipalmente, a a falta de seriedade e de vergonha. De que este post é um bom exemplo.
... não é a mim que me compete saber porque é que o anónimo das 6:12 diz
"... se deve, prncipalmente, a a falta de seriedade e de vergonha. De que este post é um bom exemplo"
... de qualquer forma, como costumo fazer comentários, já agora "gostava" de "perceber" e, de ficar "mais esclarecida"
Hipocrisia, vergonha, falta de seriedade, incompetência, suprema lata e mais palavras que li nestes comentários. Para quê tantas palavras se se pode resumir tudo numa: politica. Apenas e só. É assim que a coisa funciona e não há volta a dar. Antes destes houve uns semelhantes e depois destes virão outros. Que saudades do tempo em que ainda acreditava que no futuro seria tudo melhor.
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