O comemorativismo tem destas coisas. Comemorou-se a eleição de Sócrates o mês passado. E comemora-se agora a entrada em funções do seu governo. A falta de "agenda" dá nisto. Comemora-se um ano, um mês ou uma mísera semana de qualquer coisa como se fossem eventos transcendentes. Aproveita-se para botar cá fora umas trivialidades e aguçar o espírito tagarela do jornalismo doméstico, esprimido em "análises" e "comentários", neste caso, sobre cada ministro. Todavia parece-me que tudo se resume a uma feroz banalidade: nenhum governo de outra ou da mesma "cor" faria, nesta altura do campeonato, melhor do que a rapaziada de Sócrates. É claro que despontam nódoas, a seu tempo removíveis, porém nada que perturbe o fundamental do exercício que consiste metodicamente em incomodar a classe média. Podem, por isso, comemorar-se à vontade até ao dia que ela acorde e decida que já não há mais nada para comemorar.
2 comentários:
e quando acordar, espero que corra com a canalha....
com sangue!
"poema à pressa"
... "ontem" eram as "condecorações"
... para muitos "emoções"
... para alguns "banalizações”
... "hoje" são as "comemorações"
... para muitos "emoções"
... para alguns "banalizações”
... "amanhã" serão "recordações"
... para alguns “decepções”
... para uns "opiniões"
... para outros meras "sensações"
... para muito poucos "interrogações" ????
... para mim todas estas “terminações”
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