Depois de um espectáculo indecoroso em torno das últimos dias e horas da vida de Yasser Arafat, o próprio concedeu-se finalmente o eterno descanso. As deploráveis e humilhantes condições a que o monobloco Sharon havia confinado Arafat, na Cisjordânia, não lhe facilitaram os derradeiros tempos. As contradições dentro da Autoridade Palestiniana a que presidia, também não. Como explicou D. José Policarpo, Arafat foi um combatente por uma causa justa. Hoje pouca gente falou do homem e quase todos enalteceram o suposto "virar da página" que o seu desaparecimento representa. Num mundo, o "ocidental", dominado pela prepotência cultural judaico-cristã, não deve surpreender esta fria reacção. Até o nosso Dr. Portas se limitou a um "elogio comedido" para não destoar nem ofender. Arafat foi assim lembrado como qualquer coisa entre o semi-estadista e o semi-terrorista, apesar de um Prémio Nobel da Paz dividido com israelitas de boa-fé. Morreu sem conseguir dar ao seu povo um território, uma dignidade definitiva e um estado soberano. Aqui sim, a luta continua.
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