7.11.04

A CARAVANA

As notícias que caem nos jornais sobre as "actividades internas "do PSD seriam risíveis se não viessem do maior partido da coligação governante. Da gente do Porto é de esperar sempre o pior e, no limite, alguma animação para o comício "santaneto" que se prepara para Barcelos. Está quase tudo dito de um país que concebe poder levar a sério aquelas miseráveis criaturas alaranjadas cuja visão do mundo não ultrapassa as margens do Douro. Relvas, o secretário-geral, não se poupa na defesa do seu líder com o argumentário mais extravagante largado numa entrevista ao Expresso. Nem sequer bate na boca ao mencionar Cavaco Silva. Enquanto o PSD do "tempo novo" se afadiga nestas inúteis derivas intestinas que o levarão alegremente para o abismo -a "especialidade" de Santana em praticamente tudo o que se meteu -, o PP do Dr. Portas cuida sua "agenda" privada. Armado em "rebelde", Nobre Guedes foi a uma sessão de militantes da coligação em Beja "criticar" o "estado da saúde" e da "justiça", como se o PP não fosse parte íntima desse mesmo "estado" ou a Dra. Cardona não tivesse passado de um leve pesadelo. Desabafou a sua incomodidade perante os "interesses" aos quais, garantiu, é "imune". Parece que ninguém na sala se riu. O próprio Dr. Portas continua silencioso, grave e "estadista", animado com os seus submarinos de estimação e "desenvolvendo" uma "obra" na Defesa que até mereceu um elogio do jornal Público. Será que o Público leu no Diário da República que o referido "estadista" nomeou uma "comissão" constituída por quinze (15!) notabilidades destinada a acompanhar as vicissitudes dos ditos submarinos, notabilidades essas equiparadas a "missão diplomática" para efeitos remuneratórios? Isto também fará parte da "obra"? Devagar, devagarinho, neste estranho "tempo novo" do Dr. Santana, enquanto o PSD ladra, a caravana do PP passa.

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