2.8.07

GENTE SEM PALAVRA


Mais importante do que o dinheiro é a palavra. A palavra dada. Estive atento à entrevista de Dalila Rodrigues a Mário Crespo, a directora de saída do Museu de Arte Antiga, mais uma "vítima" dos dois estranhos comissários instalados na Ajuda em nome da "cultura" oficial. Bairrão Oleiro, o presidente do Instituto dos Museus e Conservação desde 2002 - fui à posse dele, ao referido Museu, nessa altura, em representação da direcção do São Carlos de que fazia parte - nem sequer é mau rapaz. É - prova-o o decurso do tempo - um sobrevivente. E, como reza a história, um sobrevivente em cargos de nomeação política deve fazer de morto. Bairrão nem precisava prestar-se a este mau serviço: chamar a directora do Museu e despedi-la com um mês de antecedência com a desculpa de que ela "pôs a boca no trombone". De facto, talvez em Abril de 2005, colocou-se a hipótese de ser indicado para vice-presidente do então Instituto Português de Museus. Duas a três conversas com Isabel Pires de Lima, uma das quais num almoço agradabilíssimo, foram adiando o propósito. Até hoje. Recordo que alguém bem informado em matéria de PS me soprou que Oleiro, apesar de posto no cargo por um governo PSD/CDS, era efectivamente do PS. Que eu o "tratasse bem". Nunca o cheguei a conhecer. Coisas de gente sem palavra, tão diferente dos representados nos painéis da foto.

7 comentários:

Anónimo disse...

E o avental, não esquecer o avental...

Anónimo disse...

Pois..., as verdades, que por aqui vai acrescentando!

Anónimo disse...

Às vezes ponho-me a pensar :
Mas afinal não é esta a «essência» da democracia ?
Se não é, como é então que estes fenómenos estão permanentemente a acontecer ? A palavra dada, a palavra de honra ... onde isso vai !

Anónimo disse...

Esta é a canalha da canalha só encostá-los a uma parede de olhos vendados ... é que este país ficava direito!!!!!!!!

Anónimo disse...

Não sei se o que vou escrever tem alguma coisa de parecido com o caso do afastamento da Drª. do museu. Também não sei se há algo de semelhante com a gente "tão diferente dos representados nos painéis da foto". O que sei é que esta e outras histórias já deixaram de me atormentar há bastante tempo. Deixei de acreditar em tudo o que deveria ser sério, honesto, rigoroso, justo e, sobretudo, nas pessoas que, neste país, deveriam por OBRIGAÇÃO dar exemplos que dignificassem um povo. Quem manda, quem resolve, quem ordena e quem decide, simplesmente não presta. Estou convicto de que um povo governado por incompetência nunca poderá afirmar-se como parceiro cultural e socialmente actualizado perante as civilizações do século XXI. E quem (des)governa poderá controlar o défice nas contas, poderá dizer que estamos a viver melhor, mas jamais se poderá orgulhar de um dia ser lembrado pelo povo como sendo ALGUÉM a quem a Pátria ficará agradecida.

A palavra dada, a tal "palavra de honra" desapareceu do conceito de ser HOMEM e, parece até, que não fere a dignidade quando se falta a ela.

Após o VERGONHOSO episódio do Gil Vicente / Belenenses - e não ponho em causa o direito que cada um tem em reclamar razão - já nada no país me assombra: desde altos dirigentes, políticos, juízes, jornalistas, comentadores,enfim, de tudo um pouco, deram um contributo para a minha total descrença no amanhã deste país.
Ainda, para mais, o que me irrita é ouvir a cada instante um HIPÓCRITA dizer que "temos de credibilizar ... isto, aquilo, o futebol, etc.".

Parece até que as VERDADES morreram no meu país !

Não se trata de um comentário ao texto, mas sim de opinião própria de quem concorda e respeita o autor.

excrente

Anónimo disse...

A resposta a este assunto "Directora do museu despedida por falar demais" foi dada hoje - 2007-08-03 - pelo Vasco Pulido Valente, no Publico (link so disponivel para assinantes). Resposta simples, curta e fácil de entender.

Anónimo disse...

Nada de novo...já todos vimos há muito tempo que com esta gente que nos desgoverna conceitos de honra são coisa do passado e que quem fôr competente e tiver obra feita, se não fôr da cor, vai borda fora, que há uma longa bicha de boys à espera. Nesta democracia à mexicana que se tem vindo a consolidar neste país os casos de indignidade do poder abundam, este foi apenas mais um...Apesar de teres sido um atraso de vida, volta Salazar! Estás mais que perdoado. Esta cáfila é muiiiiito pior do que tu!