Afinal, não são canhões, não é a revolução nem sequer um presidente da república como devia ser que mina definitivamente os "alicerces" da democracia, vulgo, parlamento. "A casa-mãe", como os melhores dos nossos jacobinos lhe gostam de chamar, está prenhe de caruncho. Não apenas o humano, mas o real, o da madeira que anda silenciosamente a roer o velho mosteiro de São Bento. Apesar de tudo, sempre é bicho mais nobre que as ratazanas que corroem impiedosamente o Convento de Mafra. Para se perceber melhor por que é que o caruncho se dá bem com a matéria em causa, não resisto a transcrever um comentário de um leitor acerca de um daqueles deputados que, por virem de tão longe, já se confundem com o madeirame infectado.
"Caro JG / para seu conhecº:
Na oportunidade de ter trazido aqui o nome deste personagem do nosso tempo (MA), descarrego aqui um pequeno apontamento sobre o que o Presidente Eanes teve de lhe aturar. Um dos murros na mesa que lamentavelmente não quis ou pôde dar.
Na oportunidade de ter trazido aqui o nome deste personagem do nosso tempo (MA), descarrego aqui um pequeno apontamento sobre o que o Presidente Eanes teve de lhe aturar. Um dos murros na mesa que lamentavelmente não quis ou pôde dar.
Expresso/Revista - “AÇORES, ABRIL E DEMOCRACIA” (não publicado) “Ainda se sente senhor dos Açores? – Nunca me senti senhor dos Açores” «De presidente da AR a último romântico do 25 de Abril, um retrato público da segunda figura do Estado, naturalmente com relevância para as suas funções públicas, tal é a imagem proporcionada pela revista do Expresso (27Mar04). Trinta anos depois do golpe militar que levou à instauração da democracia, vão assentando as figuras de marca do novo regime, entre as quais o mais antigo deputado da Nação, presidente da AR trinta anos após. Não pode separar-se a condição humana e a personalidade de cada um dos seus comportamentos públicos, ainda e mesmo que no desempenho de actividades no governo democrático da sociedade... Quando no decorrer de uma visita do presidente da republica ao arquipélago no inicio da década de oitenta, o então presidente do governo regional não resistiu a manifestar a sua personalidade íntima perante o primeiro magistrado da Nação. Pelas oito horas da manhã e uma hora antes de uma missa... Um jovem governante local, subindo desabridamente as escadas e com impropérios em voz alta, dando azo à sua indignidade perante o presidente da jovem republica democrática portuguesa. Exactamente o primeiro magistrado da Nação, que no final do dia anterior e após as cerimónias oficiais, ousara ter tido um encontro com um cidadão local das suas relações e que constaria do grupo de pessoas das ilhas não gratas do governante do arquipélago. Excitado e colérico pelo sucedido na noite anterior, talvez atingido na sua dignidade e autoridade locais com a forma de proceder do seu ilustre visitante, assim se iniciou esse dia de exercício do poder democrático. Pesem as palavras de apelo à calma da primeira dama ali presente e a impassibilidade de outros presentes, o senhor das ilhas assim iniciava esse novo dia do programa de estadia... Chegados ao templo, foram os dois participar no acto religioso na capela como dois bons cristãos...o ajudante de campo, ainda que antigo crente religioso...no exterior e afastado...durante o ofício religioso, na contemplação da natureza da ilha e de igual modo da natureza democrática dos governantes do novo regime. Até hoje e graças a Deus». Lisboa, 10Abr04 BM "
4 comentários:
Não consgui "captar" a mensagem. Será a de que Mota Amaral teve "pegas" com Ramalho Eanes ou vice-versa ? Bem ... tempos houve em que a transferência dos serviços periféricos para a Região Autónoma estiveram muito "emperrados", ainda no rescaldo do assalto ao poder do PC em Lisboa ...
Não sei se será esta a questão.
Moral da história? Confesso nada ter percebido.
Nem ontem nem hoje, nos Açores e na Madeira, deixou de haver governos caciqueiros e petulantes. Deiam as voltas que quiserem, os povos dessas regiões vivem ainda com medo dos governantes. Agora, o medo de perderem o emprego. Há perseguições silenciosas e cruéis. Ontem como hoje, a quem discorda dos malcriados governantes resta emigrar.
Pois, deiam.
Malcriados !
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