No Abrupto está publicado um "mail" de um leitor que refere a memória histórica do dia 9 de Abril de 1918. Nesse dia, o mítico Corpo Expedicionário Português - que estava integrado junto das forças inglesas - foi literalmente dizimado pela ofensiva alemã chefiada por Ludendorff, depois da debandada dos britânicos que deixaram os pobres dos portugueses entregues à sua má sorte e à sua iliteracia (não sabiam inglês e não perceberam a tempo que tinham de fugir...). Curiosamente isso aconteceu no dia em que os ingleses se preparavam para render os esfarrapados militares do CEP, em La Lys. Esse local acabou por se tornar famoso e por tornar famoso aquele "corpo" de "heróis", os únicos que temos para apresentar nos "teatros de guerra" em que participámos no século XX. A má consciência e o temor reverencial - os mesmos que estiveram presentes na "visita da Estado" a Angola a semana passada - impedem-nos de encontrar grandes "heróis" na "guerra colonial". Apenas o regime de Salazar venerava anualmente, na Praça do Império, os "seus" mortos de África como "exemplos", condecorando a eito mães, pais, órfãos e viúvas. Os "heróis" de La Lys foram simplesmente abandonados ao seu esforço inglório e à sua ignorância. Nunca fomos exemplo para ninguém em lado algum. 9.4.06
OS "HERÓIS" DE LA LYS
No Abrupto está publicado um "mail" de um leitor que refere a memória histórica do dia 9 de Abril de 1918. Nesse dia, o mítico Corpo Expedicionário Português - que estava integrado junto das forças inglesas - foi literalmente dizimado pela ofensiva alemã chefiada por Ludendorff, depois da debandada dos britânicos que deixaram os pobres dos portugueses entregues à sua má sorte e à sua iliteracia (não sabiam inglês e não perceberam a tempo que tinham de fugir...). Curiosamente isso aconteceu no dia em que os ingleses se preparavam para render os esfarrapados militares do CEP, em La Lys. Esse local acabou por se tornar famoso e por tornar famoso aquele "corpo" de "heróis", os únicos que temos para apresentar nos "teatros de guerra" em que participámos no século XX. A má consciência e o temor reverencial - os mesmos que estiveram presentes na "visita da Estado" a Angola a semana passada - impedem-nos de encontrar grandes "heróis" na "guerra colonial". Apenas o regime de Salazar venerava anualmente, na Praça do Império, os "seus" mortos de África como "exemplos", condecorando a eito mães, pais, órfãos e viúvas. Os "heróis" de La Lys foram simplesmente abandonados ao seu esforço inglório e à sua ignorância. Nunca fomos exemplo para ninguém em lado algum. 
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4 comentários:
Comece a escrever para a revista História, pode ser que se torne cortesão do Veríssimo Serrão e do Saraiva e já agora do Canavarro...
Devemos respeitar o sacrifício supremo - o da própria vida - daqueles nossos pobres antepassados que, perante condições tão adversas, deram o seu melhor para procurar cumprir a missão que lhes havia sido cometida. Mal preparados, mal comandados e mal apoiados na logística de retaguarda estavam fadados a um esforço inglório, como de facto sucedeu. Os Políticos que, diligentemente, quiseram a nossa participação na Guerra, nada nela arriscaram, excepto a sua vaidade. Aqui, sim, há algo que se repete, na sua hediondez, não no comportamento denodado dos soldados portugueses de La Lys. A Nação, durante muitos anos, ainda soube reconhecer e respeitar o seu sacrifício. Hoje, ignora-o ou despreza-o, sem nobreza, sem dignidade. Por ter tido um avô de La Lys, sempre me habituei a reverenciar esse esforço. Por isso me chocou que nenhum dos grandes jornais de Lisboa, hoje, dis 9 de Abril, tivesse assinalado a efeméride. Mau sinal dos desmemoriados tempos que vamos vivendo...
Infelizmente, e pelo que li, parte do masacre deveu-se à ilitracia..
resta dizer que na altura os oficiais não perceberam nada, sobre as causas da derrota ...
quase 100 anos depois os patrões também não ....
continuamos com a ilitracia...
Foi a traça, foi
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