O post de hoje parte do Mário. Ele escreve com ironia sobre Ratzinger. Eu nem tanto. Como lembrei no Independente outro dia, "o “politicamente correcto” via-o [ a João Paulo II ] como um “fundamentalista” ou mesmo como um “reaccionário” quando, na realidade, ele não podia ser outra coisa, sob pena de quase tudo perder sentido e passar a ser pura e simplesmente “outra coisa”. E acrescentei que, "na sua intransigência, na sua ortodoxia e, sobretudo, na sua fé, Wotjyla manifestou permanentemente, com método e sem desfalecimentos “intelectuais”, ao que vinha". Ora a escolha do novo Papa, olhada pelo lado da Igreja, passa por isto. É este o significado das palavras de Ratzinger na missa que antecedeu o conclave dos cardeais: "estamos a avançar para uma ditadura de relativismo que não reconhece nada como certo e que tem como objectivo central o próprio ego e os próprios desejos". Logo, exige-se uma fé "mais madura" e um combate sem tréguas ao "radicalismo individual" que nos faz "ser criança andando ao sabor de ventos das várias correntes e das várias ideologias". Ratzinger não representa a "evolução na continuidade". Ele é, como deve ser, radical na continuidade. Não podia, aliás, ser outra coisa.
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