Após as habituais trapalhadas, abre finalmente ao público aquele que será um dos maiores e melhores equipamentos culturais do país, a Casa da Música. Abre "formosa mas não segura" já que ainda pairam dúvidas sobre o recorte definitivo do seu modelo de gestão, apesar dos progressos garantidos pela Ministra da Cultura, a Prof.ª Isabel Pires de Lima: um presidente indicado pelo poder público com "voto qualificado" na escolha do director artístico, na definição do "plano de actividades" e com um papel determinante na "delegação de competências" a efectuar no director executivo, bem como a promessa de 10 milhões de euros/ano por parte do MC, com a integração da Orquestra Nacional do Porto. Dependerá da imaginação e do talento dos futuros dirigentes a atracção do mecenato à Casa, sem que isso signifique a demissão do Estado na gestão de um espaço onde os contribuintes já investiram muito dinheiro. Lou Reed dá o concerto inaugural e o pontapé de saída para uma programação que se espera "pluridisciplinar", como é próprio de uma grande sala de espectáculos cosmopolita: nem sempre Mahler, nem nunca Lou Reed. "Take a walk on the wild side" e vá até ao Porto, nem que seja para apreciar a obra - como todas as que são verdadeiramente ousadas e grandes, polémica - de Rem Koolhaas. Boa sorte, que esta Casa bem precisa dela.
Sem comentários:
Enviar um comentário