29.2.04

A "FORÇA" SEM DESTINO

O PSD, como se sabe, vai hipotecar a sua identidade nas eleições europeias numa coligação com o partido do Dr. Portas, na versão "euro calmo", seja lá o que isto for. Para o efeito, os fantásticos secretários-gerais das duas agremiações reuniram e deram o "mote" para a campanha. Talvez pela circunstância de o Dr. Arnaut tutelar o desporto, a palavra de ordem escolhida pelas vagas cabeças envolvidas, foi... "Força Portugal". Uma vez que as eleições ocorrem em pleno delírio do Euro 2004, devem ter pensado que esta pirosa simbologia futebolística vai atrair as massas ignaras ao voto europeu. Salvo o devido respeito, que é muito pouco, esta escolha publicitária apenas vem demonstrar a absoluta falta de uma desgraçada ideia para o acto eleitoral de Junho próximo. O próprio Dr. Barroso já tinha elucidado o País de que não sabia o que fazer com as eleições europeias, apesar de "coligado" ou por causa disso mesmo. Estas eleições, às quais não se costuma dar demasiada importância, ameaçam tornar-se numa dor de cabeça para a "Força Portugal". Pela minha parte, estou curioso em conhecer os sociais-democratas que se dispôem a "alternar" com os discípulos de Portas, particularmente o que irá ornamentar o topo da lista. Parece que não há muita gente pronta para se "chegar à frente". É que ao contrário do que a direcção do Dr. Barroso e do Dr. Santana possa cogitar, o eleitorado "natural" do PSD não suspira por esta aliança. E não deixará de haver quem, no momento adequado, e lá de dentro, venha exigir explicações pelo resultado deste dispensável exercício. Sobretudo quando se entender que, afinal, se tratava de uma mera "Força" sem destino.

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