Acho sempre curioso este tipo de argumentação. Simplificadamente, Eduardo Pitta defende a taxa extraordinária sobre os bónus dos banqueiros porque sim. Como a Inglaterra fez e como o Eduardo Pitta acha incompreensível que os banqueiros recebam tanto dinheiro (já agora, Eduardo, o que é que nós temos a ver com isso?), avance-se com a taxa. Claro que temos de criar na população uma onda de aceitação. O processo é simples e consta em muitos manuais de História: tratamos de denegrir a imagem dos visados. Para justificar a taxa extraordinária, Eduardo Pitta trata de nos informar (obrigado, Eduardo) que todos os banqueiros são uns larápios, pelo que é muito bem feito. Se não fosse assim, o Eduardo não tinha a necessidade de invocar os casos BPN, BCP e BPP. Além disso remata com uma acusação à «direita» – simplificadamente, de novo, diz que a «direita» também é malandra, por fechar os olhos aos crimes de corrupção na banca. Pois, Eduardo, é uma pena.
7 comentários:
Agradeço ao Tiago que indique o texto (ou textos) em que eu manifesto "incompreensão" pelos salários da alta-administração da Banca e, de caminho, "o" informo da condição de "larápios" dos banqueiros. As leituras apressadas dão sempre mau resultado. Não vá por esse caminho.
socialismo é inveja, ódio, icompetência.corrupção
os contribuintes fazem parte da paisagem
vara não é socialista é banqueiro.
Porquê só aos "banqueiros"? Os gajos lambe-cus das EDPs, PTs, RENs, ANAs, TAPs, etc. também, por maioria de razão. Ah! E que o trafulha bimbo "cujo nome não se pode (nem deve) pronunciar" não se esqueça de dizer também ao Belmiro quanto é que ele pode ganhar, que ele diz-lhe... Ou não... parece que agora o "belmiro júnior" e o bandalho são amigos (a sort of).
PC
A corrupção mina este país de cima a baixo, faciolmente visível a quem - como Popper ensina - observe atentamente o que se passa à nossa volta. Quanto à taxa extraordinária sobre quem mais ganha, numa situação de penúria e de impostos imorais sobre os mais débeis, parece uma medida mais que ajustada. Há, contudo, um problema: quem tem coragem de legislar sabendo que pode ofender os futuros patrões?
É indiferente aquilo que as empresas privadas saudáveis oferecem como bónus aos seus administradores. repito, as empresas PRIVADAS, saudáveis e sem dívidas à Caixa, Fisco, etc.
Quanto às públicas, simplesmente não podemos pactuar com um determinado tipo de situações, até porque sabemos serem na sua esmagadora maioria, o objecto de nomeações meramente políticas.
Eduardo,
Desculpe só responder agora. Ora, o texto é este (está linkado no texto, a propósito). Informa-nos que não compreende os salários dos administradores aqui:
«As pessoas comuns têm dificuldade em perceber que profissionais bem pagos (nunca menos de meio milhão de euros por ano; há quem receba o dobro), e com generosos benefits, ainda recebam, a título de bónus, retribuições extraordinárias de vários milhões.»
Parti do pressuposto que o Eduardo se incluiu nas «pessoas comuns».
A parte dos larápios foi um exercício de estilo, mas depreende-se do facto de apontar ao longo do texto os vários casos de justiça dos últimos anos, quando o seu propósito é defender a taxa. Aqui:
«Eu não sei se isto é um problema anglo-saxónico. Sei que o BPN teve de ser nacionalizado para evitar a falência e o despedimento de cinco mil trabalhadores. E também sei que o BPP não pára de sugar os nossos impostos enquanto os Rendeiros da vida continuam a jogar golfe no Estoril e a fazer ski em Megève. Tão pouco esqueci a tranquibérnia do Millennium BCP no Verão de 2007. Por causa dela, vários banqueiros estão indiciados da prática de crimes. E o Banco de Portugal viu-se obrigado a nomear uma administração da sua confiança.»
Um abraço
P.S.: Isto é um post, o propósito é uma «polémica» blogosférica. Não tenho como objectivo atacá-lo pessoalmente.
É oficial: Eduardo Pitta tornou-se um "avençado".
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