Da "crónica" de Vasco Pulido Valente no Público: "Não por acaso, Augusto Santos Silva, que tutela (notar bem: tutela) a "comunicação social" e que nunca deu provas de um particular amor pela liberdade, prepara um novo Estatuto do Jornalista, que prevê penas disciplinares para quem desagradar à Comissão de Carteira (exactamente a solução de Hitler) e estabelece regras de uma absoluta arbitrariedade. A coisa, claro, vai tarde ou cedo rebentar na cara do sr. Silva e do Governo. Para não falar na de Sócrates. Mas não deixa de ser triste que o partido de Mário Soares se torne agora no partido da repressão e da censura (embora indirecta), que o Estatuto do sr. Silva inevitavelmente inaugura. Espero que nem Mário Soares nem Jorge Sampaio assistam em silêncio a esta miséria." Apenas duas notas. Sócrates anulou politicamente Mário Soares nas presidenciais. Pô-lo a tecer-lhe loas impensáveis há três anos. Basta lembrar - eu lembro-me- o que rosnavam os próximos de Soares em relação a Sócrates e o que "pensam" agora do actual primeiro-ministro. Talvez já estejam a dobrar a língua. Alfredo Barroso, por exemplo, foi mais incisivo com Sócrates do que Freire Antunes que parecia um comissário do actual PS, ambos ontem à noite na SIC-Notícias. Soares tem mais dificuldade em ser esmagador como o foi no passado, todavia sempre é Soares. Quanto a Sampaio, é uma sombra do estudante sentado no muro da universidade nos anos 60. Pode ser que, entretanto, arrebite embora ninguém lhe preste a mais vaga atenção. Contar verdadeiramente, só conta Cavaco que, a esta hora, deve andar baralhado. Já é um princípio.
1 comentário:
Gostava de saber por onde andou esse lambe-botas do VPV nas últimas décadas. Foi nos governos de Soares que fechou o Século e nasceram jornais tão idiotas como o Portugal Hoje. E foi no tempo de Soares que a RTP e RDP se encheram de comissários políticos como nunca até hoje. Almeida Santos sabe do que falamos. Nunca como no tempo de Soares a comunicação social foi tão controlada. Que o senhor VPV se esqueça disso e nos tente fazer passar por parvos é um bom sinal dos tempos.
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