28.4.07

A MARCA DO IMPREVISTO E DO INCONSCIENTE


"O ex-general trabalhou comigo anos a fio e tão longo trabalho em comum deixa sempre um traço no nosso espírito, independentemente do calor humano que ressuma das relações pessoais. Certo é que a impetuosidade do carácter e o desconcerto das atitudes imprimiam à usa acção a marca do imprevisto e do inconsciente. Foi uma bandeira que sectores ideológicos estranhos à sua formação não desistiram de agitar ao serviço de movimentos subversivos. Por terras estranhas, exilado sem razão séria e por vontade mais alheia que própria, arrogou-se a autoria moral de actos antinacionais e denegriu o bom nome do país. Cansado da inutilidade da sua acção, desiludido dos conluios tenebrosos, traído porventura pelos que se afirmavam seus correlegionários, parece ter tomado uma decisão em termos definitivos - acordar com outros conspiradores numa revolução imediata ou entregar-se às autoridades portuguesas e dizer tudo. A nós nos convinha que falasse, a outros havia de convir mais o silêncio que só a morte poderia com segurança guardar."

Oliveira Salazar, discurso televisionado de 5 de Novembro de 1965

2 comentários:

Anónimo disse...

Não acha que há uma contradição entre quem matou Humberto (PIDE) e o discurso de Salazar?

Anónimo disse...

Quem matou humberto delgado foram os que se diziam seus camaradas...