Na Praça de São Pedro, Bento XVI recordou que estávamos a umas escassas horas do Natal. No último domingo de Advento, o Papa lembrou que o verdadeiro protagonista desta noite e desta madrugada é Jesus e que é preciso abrir espaço para Ele. As derradeiras horas do Advento são normalmente passadas nas filas das pastelarias, nos corredores dos centros comerciais e nos lares onde as "famílias" vão recolher os seus velhinhos para os enganarem umas horas com a sua "solidariedade". Às crianças está reservado o pior do dia e da noite. Alucinadas pelas promessas das "prendas" - que desejaram e que já viram -, perdem o significado ou, no mínimo, o encanto do Mistério desta noite. O meu Natal de menino era uma manhã seguinte com umas coisinhas depositadas miraculosamente no fogão, o substituto urbano da chaminé. Era um perú, oferecido por um médico amigo, meio aparvalhado numa varanda e, depois, na cozinha até ser degolado e depenado a preceito. Era uma sala de jantar onde o animal era degustado pela "família", nesse dia esticada às avós, aos tios e aos primos. Se não era nesta casa onde agora escrevo, era noutra. Entretanto os protagonistas desses natais foram crescendo, foram-se separando e foram morrendo. À medida que isso acontece, percebemos melhor a necessidade da presença do Filho do Homem, da "parusia". Todavia Ele esteve sempre aí, desde a primeira hora, e nós não tínhamos dado por Ele. É o Único que verdadeiramente nunca nos abandona, primeira e derradeira esperança do homem no seu mundo perdido para sempre.
4 comentários:
«no seu mundo perdido para sempre»
O 'nosso' mundo.
A dar lugar aum admirável novo mundo, ou a um «brave new world». Com a derrota da utopia, vitória de uma certa liberdade. Qual?
Bom Ano.
Z
muito bom..
Sim, sim, "dantes" era sempre mais "puro" e "verdadeiro". Já não há paciência.
A Parusia de cada dia e aquela, Gloriosa, que aguardamos na Esperança, é e há-de ser sempre o leit motiv da minha vida.
Faça-se Natal, João.
Joaquim Santos
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