11.12.06

TUDO O QUE FALTA


O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. Pela ordem natural das coisas - se é que isto existe em política - Manuel Maria Carrilho seria hoje presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Todavia, desde cedo Carrilho fez todos os possíveis para o não ser. Conseguiu-o com inegável brilhantismo. Depois, pela mesma ordem das coisas, Carmona Rodrigues, alguém que nunca existiu nem existe politicamente e que ninguém imaginaria como "número um", ganhou. Finalmente, Maria José Nogueira Pinto, uma "promessa" inicial interessante, fez da pesporrência e da contradição o seu programa. Alguém devia explicar a Zezinha que os cemitérios estão cheios de indispensáveis. Infelizmente Ruben de Carvalho não liga tanto à CML como era suposto que ligasse e Sá Fernandes não passa de um profisssional da litigância. É esta inanidade organizada que manda na maior cidade do país. Com se isso não bastasse, a Câmara está endividada até às catacumbas. Vista da Ponte e do ar, Lisboa é uma cidade atraente, luminosa e equilibrada. Tudo o que falta a quem a governa.

5 comentários:

António Luís disse...

Caro João!

Realmente Lisboa merecia mais e melhor. Mas duvido que Carrilho, caso fosse presidente, se revelasse mesmo muito melhor do que Carmona... A sua (dele) história fala demasiado claro!

A. Luís

António Viriato disse...

Bom apontamento. Concordo imenso, apesar de ter votado na M.J.N.Pinto, que, na verdade, me tem desiludido bastante, não podendo dizer o mesmo de Carmona, a respeito de quem nunca alimentei expectativas.

Anónimo disse...

Gostava de saber como se consegue meter Carrilho, Ruben e Sá Fernandes na governação lisboeta. Tanto quanto sei não têm - ou tiveram - qualquer pelouro o que dá que nada fazem tirando ir a reuniões, onde nems equer têm tido a maioria. Isso de tentar fazer todos iguais pode dar resultado com alguns, mas não deixa de ser uma análise completamente pervertida. Quanto a Carrilho - de quem não gosto e que enquanto pessoa me parecer mesmo execrável- claro que daria um muito melhor presidente da Câmara do que Carmona. Foi um bom ministro e um ministro de acção numa pasta tradicionalmente sem dinheiros e ainda para mais ilibado em tribunal das acusações de uso indevido na construção de uma casa de banho na Ajuda. Carmona veio de um mandato de completa nulidade, onde ele e Santana Lopes mostraram-se incapazes de governar a cidade. Só a estupidez de Carrilho fez com que o inepto Carmona conseguisse reganhar uma câmara depois de quatro anos em que de um caderno bem grosso com centenas de promessas - tenho-o guardado em casa para rir à gargalhada - quase nada fizeram. Das promessas emblemáticas apenas conseguiram contruir o jardim Arco do Cego, e ainda por cima sem as centenas de árvores prometidas e com a construção manhosa de um parque de estacionamento no sítio para onde estava para se pôr um jardim coberto. Essa mesma cobertura foi em parte derrubada (está lá com aspecto ruinoso, com acabamento de barraca) embora estivesse protegido pela proximidade da arquitectonicamente valiosa casa da moeda.

Anónimo disse...

CARMONA é o melhor de todos os que se apresentaram....e quando as pessoas são SÉRIAS e gostam de trabalhar e sabem o que fazem, como é o caso, o RESULTADO APARECE, tal como vai aparecendo. S´não vê quem não quer ou é CEGO!!!

Anónimo disse...

Não votei nele sequer, mas agora até dou o benefício da dúvida a Carmona Rodrigues. Parece-me sério, humilde e trabalhador, ao contrário de muitos presidentes que dão o "espectáculo" que por aí abunda de Norte a Sul (até ao dia em que caem no esquecimento...). Fartos de "vedetas" estamos todos nós.


Quanto aos restantes, já que a conversa derivou para o "balanço" do primeiro ano, concordo com o comentário anterior - Carrilho poderia ser um óptimo Presidente, mas nunca se saberá... -, Ruben poderá ainda ser um segundo João Amaral numa futura e desejável coligação sucessora da saudosa "POR LISBOA", Sá Fernandes é um bom D. Quixote e faz lá muita falta, mas apenas como profiláctico, nunca no activo, e a M.ª José N. Pinto aplica-se o mesmo que à maioria dos ideólogos e políticos portugueses de Direita na última década: muita parra e pouca uva!


Ou como o "princípio de Peter" nunca foi tantas vezes infringido: vejam-se Durão Barroso na C. E., Santana Lopes Primeiro-Ministro, Paulo Portas líder do PP e Ministro, Isaltino e o próprio Carmona em (efémeros) Ministros, etc....