11.12.06

PATRIMÓNIO



A Fundação Mário Soares celebra dez anos de existência. Neste período, como lembrou o próprio, a Fundação cresceu numa direcção inesperada. Cresceu e bem. A absorção de arquivos sobre arquivos essenciais para a compreensão da história política portuguesa contemporânea, os livros, as exposições, os cursos, os debates, as edições tornaram a Fundação num organismo fundamental para a compreensão da cidadania, isto para quem estiver interessado em compreender alguma coisa. É lá que um dia espero depositar a minha modesta biblioteca e um ou outro papel. Hoje de manhã, quando ouvi Mário Soares dizer que a história já tinha "julgado" Pinochet por contraposição à justiça que a ordem natural das coisas não deixou que se realizasse, e que era sempre chocante ver festejar nas ruas a morte de alguém, mesmo de uma criatura como a do recente defunto, certifiquei-me, uma vez mais (como se isso fosse preciso), de estar perante o nosso último grande aristocrata político. Quem é grande acaba sempre por ficar acima das circunstâncias. Parabéns à Fundação e ao seu mentor.

10 comentários:

Anónimo disse...

"certifiquei-me, uma vez mais (como se isso fosse preciso), de estar perante o nosso último grande aristocrata político"

Nota-se, por estas e outras, que o JG não deve sair muito de casa...

Anónimo disse...

quem ? Mario Soares e Pinochet ou so Mario Soares?
Porque falar dos dois no mesmo post? quem e que fica a ganhar ?e a perder?
nao precebo a comparacao...

Anónimo disse...

Soares decidiu fazer uma Fundação.
Tudo estaria bem se a fizesse com dinheiro dele. Mas o mal é que acabou por fazê-la com dinheiros públicos!

O governo, de uma só vez deu-lhe 500 mil contos e a Câmara de Lisboa, (então presidida pelo seu filho), deu-lhe um prédio no valor de centenas de milhares de contos.

Ora tal é de todo inadmissível! O dinheiro dos contribuintes, não deveria andar a sustentar ambições pessoais, porque é disso mesmo que se trata.
Soares criou a sua própria fundação a pretexto de uns papéis pessoais cujo valor histórico ou cultural é discutível. Mas não são as preocupações culturais que o movem.
O que Soares pretende é continuar a exercer algum tipo de poder seja nas instituições e órgãos de poder ou intromissão directa na vida política do país.

João Gonçalves disse...

Leitor João Pedro: parece-me que o post é bem claro com é clara a referência de Soares ao despropósito nas ruas de Santiago do Chile. Ou para obter atestados anti-Pinochet é preciso ir para a rua beber champanhe?

João Gonçalves disse...

Texazinha: essa é a sua opinião por isso a publico.

Anónimo disse...

leia o Sepulveda e tente preceber (ha mais escritores, bem sei...e tambem sei que V. Exa e bestialmente instruido... ai de mim)

gosto da expressao "deposto", diz bem que espumante e o seu...

e que importancia tem essa de ser sobrinha?

Anónimo disse...

...por que é que não colocou o meu comentário sobre o vil e imundo mário soares??? Não gosta...não põe! É por causa deste tipo de CENSURAS que se pensa que há mais portugueses a gostar dele do que na realidade há!!!
O povo portugês já abriu um pouco os olhos há algum tempo e já percebeu que TODOS servimos de ESCADOTE para sua excelência reinar como quis e lhe apeteceu!!!....
Pode não o publique também, mas não se ficou sem RESPOSTA....

Anónimo disse...

Concordo com o que escreveu sobre o Soares. A urticária que provoca é fruto da admirável vitalidade do homem. Longa vida ao Bochechas e à sua Fundação!

Anónimo disse...

Texazinha confunde um bocado as coisas. Foi no tempo de Sampaio que a Câmara atribuiu as coisas para a Fundação Mário Soares, instituição que só a ignorância permite que se afirme ser culturalmente irrelevante. Mesmo que tivesse sido Soares Filho a fazê-lo era mais do que justificado. Não me parece que tenhamos tanta coisa de valor que o trabalho de um ex-PR se possa desperdiçar. A lei prevê aliás que os ex-PR mantenham gabinete em funcionamento (como acontece também e tantos anos depois com Eanes). Se há dinheiros meus que considero mal gastos os da FMS não o são de certeza. Não num homem que vê as suas ideias - gozadas dentro de portas - seguidas pela comissão Baker-Hamilton, que continua a publicar livros com Federico Mayor Zaragoza, ex-secretário-geral da UNESCO, é que ouvido e entrevistado com frequência por jornais tão influentes como o El Pais. Não é um irrelevante qualquer e só por isso não sustêm o ódio de cada vez que ele abre a boca e se recusa a calçar as pantufas.

Anónimo disse...

O Mário Soares acha que o Hugo Chavez é um democrata e congratulou-se com a sua vitória nas eleições. O João Gonçalves também vê aqui uma manifestação de "aristocracia" política? Eu vejo senilidade...