30.12.06

DO ANO QUE PASSA - 5

O enforcamento de Saddam Hussein, depois de um julgamento indigno desse nome, é, ao contrário do que Bush imagina, um ponto de partida. É grave que o líder do mundo ocidental se regozije com um acto bárbaro ao arrepio de algo que levou anos e anos para se tornar uma conquista civilizacional: a eliminação da pena de morte. O Iraque transita assim para 2007 como uma enorme gangrena que ameaça alastrar. A morte do ditador é apenas mais um rastilho, porventura o mais impressivo, para desaustinar o mundo árabe e os famosos terroristas que Bush julgava surpreender no Iraque. Pior era impossível.

4 comentários:

Anónimo disse...

Continua a ser um enorme prazer ler os seus "posts".

Continue, Bom Ano.

Anónimo disse...

Absolutamente de acordo.
Esta execução vai criar um mártir, sem necessidade. Sadam, preso, já não podia voltar a fazer mal a ninguém. A sua memória vai fortalecer e incentivar os fundamentalistas da região, que estão preparados para morrer por aquilo que reivindicam, matando indiscriminadamnte e aumentando ainda mais o ciclo da violência. O que vimos hoje não é um acto de justiça, é um acto de ódio, vingança e crueldade. O patrocínio de Bush só envergonha a chamada "civilização" ocidental.

Anónimo disse...

....que maneira mais terrível de se entrar num novo ano: um enforcamento que não me sai da cabeça....

Política / Cinismo / Interesses / Indiferença /Arrogância / Prepotência.......

Anónimo disse...

civilização, conquistas civilizacionais, criação de mártires, falta de justiça...enfim, tudo cabe neste saco sem fundo, tudo e o seu contrário.

é de louvar uma civilização que sabe respeitar a sua própria memória, a memória dos outros, e que não se inibe por argumentos falaciosos, para se livrar de monstros.