O prof. Vital Moreira, o "bispo civil" do regime, verbera a Igreja na pessoa do Arcebispo de Braga (curioso recurso à maiúscula no "arcebispo", mesmo assim) por este ter repetido uma banalidade: o aborto é um crime. Tanto assim é que, mesmo a pergunta chocha do referendo, parte desse pressuposto. Dito de outra forma: gosto de pertencer a uma civilização que entende que o aborto é um crime e que cria as condições legais para que, em casos perfeitamente excepcionais, racionais e explicáveis clinicamente, ele - o crime - possa ser desculpado. Uma gestação interrompida por exclusiva vontade da mulher, digamos, aos seis meses, como é que se classifica? Um "direito fundamental", senhor professor? No dia em que deixar de existir sanção - nem que seja ética - para o acto, passa a valer tudo. Até tirar olhos.
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