26.11.06

NÓS E OS OUTROS


Ontem, antes de ir ver o novo James Bond, apareceu-me na televisão o nosso 1º ministro, com aquela máscara plastico-sorridente que ele coloca quando está a fazer propaganda, com o gesto característico das mãos juntas a acompanhar o "discurso", ora para a direita, ora para a esquerda. Que me dizia ele? Tentava, se bem percebi, demonstrar-me as virtudes do TGV Madrid-Lisboa, ida e volta. Já estou a imaginar os comboios a abarrotar de passageiros para trás e para diante, de manhã à noite, deslizando sobre carris que, à primeira tromba de água, ficam submersos. Para além do trivial e dos "interesses", o que é que português comum espera da vitesse que o ligará à sumptuosa Madrid? Ir e vir mais deprimido do que quando deixou Lisboa? Ficar por lá? Sonhar-se, por umas horas, espanhol e, por consequência, europeu? Contentinhos, os socialistas que governam a Ibéria voltaram aos respectivos mundos. Não são estas "cimeiras" de chacha que mudam a natureza das coisas. Eles continuarão eles e nós, para mal dos nossos pecados, nós.

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