15.11.06

INTERPELAR

Aos poucos, o ministro Santos Silva - que "tutela" a comunicação social ( o termo "tutela" é, desde logo, um programa) - lá vai explicando para que é que serve o absolutismo democrático. Num seminário para jornalistas - ter-se-ão calado? - o sociólogo ministro explicou que "escrutinar" os jornalistas significa "interpelar a definição de agenda". A sofisticação no uso do verbo - interpelar - não altera o propósito, tal como não altera a peregrina ideia da "auto-regulação", também mencionada. Nunca senti temores ou tremores reverenciais pela opinião que se publica. Todavia gosto de a ver livre, desde a séria ao lixo, despojada de "interpelações". Num estado de direito, a "interpelação" faz-se noutro sítio e não na "agenda". Interpelar uma agenda noticiosa costuma ter outra designação. Se a ideia pega, sabe-se lá o que mais pode ser "interpelado".

1 comentário:

Anónimo disse...

Até fico todo "arrepelado"...