8.6.06

"NUM HOMEM OBRIGADO A DEIXAR TUDO PARA TRÁS...."


Pelos vistos estes senhores também leram o que eu li há uns meses. Como então escrevi:

Não é por ser dele que é um belo momento literário escrito na nossa língua. Neste livro "viajamos" pela nossa solidão cosmopolita a partir da permanente solidão do "investigador" policial. Há mais mundos em "Longe de Manaus" do que podemos supôr. E há muito de nós nesse mundo inquietante de Jaime Ramos. Parabéns, Francisco.

"Da janela do quarto ele vê mais além: uma linha de coqueiros pendurada sobre o mar que ficou amarelado com as chuvas. Mas, se vivesse muitos anos, serio o som do clarinete que recordaria, um som estridente que o levaria a recordar as grandes canções da sua vida, se recordasse as grandes canções e não apenas esse emaranhado de cores das capas dos discos, ou de coisas a preto e branco. E nenhum clarinete foi como aquele, também, o que se ouvia ao começo da noite, entre o cheiro de comida, os ruídos da rua, as gargalhadas do bar na esquina, onde se vendia cerveja Kaiser e aguardente de cana. Nenhuma recordação foi como aquela, o que era bastante triste num homem obrigado a deixar tudo para trás."

3 comentários:

Anónimo disse...

... pois
« ... há impossíveis, que me parece impossível, que seja impossível ... »
... mas, a vida tem-nos ...
... até ao possível

Anónimo disse...

... não sei bem porquê ..., apetece-me ... aqui vai e, (enquanto for possível, os anónimos escreverem ... )

“Felizes aqueles que veêm beleza, em sítios simples onde os outros nada veêm
Tudo é belo
O segredo está todo em saber, como interpretá-lo
(Camille Pissarro)

Porque ...
“A terra ri-se nas flores”
(Emerson)

e, tambem porque ...
“O que existe para trás de nós e, o que existe á nossa frente são ridicularías, comparado com o que existe dentro de nós”
(Emerson)

ainda que ...
“Um impulso de um bosque vernal, possa ensinar-te mais sobre o homem
Sobre a moral do bem e do mal, do que todos os filósofos juntos”
(William Wordsworth)

Uma vez que ...
“... a terra, amável e indulgente, sempre subserviente aos desejos do homem, atapeta os seus passos de flores e, cobre a sua mesa de fartura
Devolve, com juros, todos os bens que lhe são confiados”
(Plínio o Velho)

Até porque ...
“Vivemos com o que recebemos, mas marcamos a vida com o que damos”
(Churchill)

Dado que ...
“A grandeza de um homem consiste, na sua decisão de ser mais forte que a condição humana”
(Camus)

Porque ...

Quem prende a água que corre
É por si próprio enganado
O ribeirinho não morre
Vai correr, por outro lado
(Antº Aleixo)

até porque
O amor não se procura, encontra-se
“Pitágoras”
e,
Só pelo amor se realiza plenamente
“Platão”

e, como li no Post de António Leite Matos

“Todos os dias deviamos ouvir um pouco de música,
Ler uma boa poesia,
Ver um quadro bonito e,
Se possível, dizer algumas palavras sensatas”
(Goethe)

E, esta para quem gosta de pensar e, sendo discutível “para alguns” ...
“A imaginação é mais importante que o conhecimento”
(Einstein)

com o som de Massenet – “Meditação”

Anónimo disse...

... tambem não sei bem porquê, mas apetece-me dizer isto

... ao lêr o que, aqui foi dito, em 20/12/04 a propósito de um Livro e, porque me fascina não tanto o Sul, mas mais o Norte do continente próximo – e neste caso Marrocos -, independentemente de lá ter estado já 3 vezes, era pois onde me apetecia estar neste momento. Talvez para me alhear deste “espaço” cada vez mais “mesquinho” onde tenho que (sobre)viver e, ... talvez para não assistir a “tanta palhaçada”

Fascina-me todo aquele exotismo, cheiros, comida, arquitecturas interiores e exteriores, maneira de ser e estar daquelas gentes, bem diferentes ... mas tão iguais, de tez morena e, seu chá de menta, enfim ... só é pena é que socialmente se presenciem os extremos «pobreza/riqueza», mas nem tudo é perfeito. E, termino recordando uma breve passagem, do texto do Post

"Nem sempre viajei para sul, mas nada vi de tão extraordinário como o sul. O Sul é uma porta de avião que se abre e um cheiro inebriante a verde que nos suga, o calor, a humidade colada à pele, os risos das pessoas, o ruído, a confusão de um terminal de bagagens, um excesso de tudo que nos engole e arrasta como uma vaga gigantesca.
Apetece fechar os olhos, quebrar os gestos e deixar-se ir.
Mas é justamente neste caos que eu procuro a lucidez do contador de histórias".