Um ignorante qualquer, comentando o post anterior, escreve que ainda vai ver este blogue defender "o apuramento da raça". Cita-se Salazar no contexto das "grandes frases". E, caso o ignorante não saiba ou não não consiga ler, Salazar, independentemente de ter sido quem foi e de ter "atrasado" ainda mais este país de atrasados mentais, era um excelente prosador político. O ignorante também não deve saber que, por exemplo, António José Saraiva - corrido pela ditadura das universidades portuguesas e exilado em França anos a fio, logo insuspeito - dedicou à escrita política de Salazar um ensaio que encontrará, salvo erro, num livrinho chamado "Os Filhos de Saturno". Por outro lado, quer o ignorante queira, quer não, Salazar é tão incontornável na vida pública portuguesa do século passado como, precisamente pelas razões opostas, o é Mário Soares. Não perceber esta trivialidade é andar por aí a ver passar comboios e a "mandar bocas" por mandar.
6 comentários:
É muito pequenina a invocação do ensaio do AJS. Cite-me lá uma única passagem do livro em que este, à sua semelhança, faz a apologia do pensamento político de AOS, com fotografia e tudo.
Ignorante,
Poupe-se ao rídiculo e não escreva mais nada.
Pois... ha gente assim.
abraço
Tal e qual, João.
"E, caso o ignorante não saiba ou não não consiga ler, Salazar, independentemente de ter sido quem foi e de ter "atrasado" ainda mais este país de atrasados mentais, era um excelente prosador político."
gosto desta sua arrogância, presumo que se exclua do role de "atrasados mentais" do tal país.
"Por outro lado, quer o ignorante queira, quer não, Salazar é tão incontornável na vida pública portuguesa do século passado como, precisamente pelas razões opostas, o é Mário Soares."
absolutamente de acordo, aliás, não poderia estar mais de acordo! Soares é um dos responsáveis políticos pela mentalidade socialista simpática e faz de conta que não é elitista, que prevalece arreigadamente na sociedade portuguesa. igualmente pequena, igualmente mesquinha, igualmente travestida de saudosismos, contudo outros.
(Desculpem as falhas ortograficas. Ainda nao disponho de hardware/software adequados 'a escrita da lingua portuguesa. Ou, entao, nao sei como utilizar o que possuo...)
A negacao da realidade nunca foi, nunca sera' caminho viavel para a resolucao de qualquer problema. O nosso Portugal e' atavicamente um pais atrasado. Ja' o era antes de Salazar. Ja' o era no seculo XIX... e no XVIII... e nao me venham com a lenga-lenga dos Descobrimentos!! E' inegavel que foi uma epopeia grandiosa que ilustra a nossa historia e que coloca Portugal acima de muitos outros no estudo comparado da familia das nacoes. Mas, qual foi a contrapartida para a trama social do pais? A derrama de recursos humanos e materiais ao servico de uma causa que so' beneficiou a coroa e uns poucos mais. Como heranca que perdura ficaram os trilhos da emigracao, que nunca mais deixaram de ser, para muitos, a melhor, por vezes a unica opcao de escapar ao constrangimento nacional - o economico; de outro constrangimento falo mais abaixo.
De Salazar, haveria "pano para mangas". Comecou bem, pos fim 'a bandalheira, mas depois...garantiu ao Ze' a continuidade do Pais dos Pequeninos. Quanto a isto, por aqui me fico.
Nos tempos actuais, pelo que me e' dado entender desde este lado da charca (USA),as coisas por ai' estao bastante melhor, apesar de tudo. Mas estou convencido de que esse desenvolvimento se deve essencialmente ao influxo de subsidios saidos dos cofres comunitarios. E quando a mama secar?
O outro constrangimento e' a falta de pragmatismo das elites dirigentes e pelo "dinamismo estatico" das elites intelectuais em geral. Tambem estes contribuem para a continuidade do tal atraso
Nao tenho tempo para mais. E, se calhar ja' foi demais... para o gosto de alguns.
Enviar um comentário