«O jornal Expresso dá voz, na página 35, a uma classe profissional - os artistas (!) - que se queixa de problemas administrativos dessa entidade idónea chamada Estado (!). Pois bem, estes profissionais podem ter a razão toda do mundo ao não acharem justo que lhes seja cobrado IVA retroactivamente, dado que a lei que diz que os promotores têm de estar inscritos na Inspecção-Geral das Actividades Culturais é recente. No plano imediato, é uma vergonha, para quem sabe como estas coisas se fazem e são conseguidas, ser dada voz a uma classe profissional que, como os próprios assumem na mesma página, está perto dos media causando alguma inquietação num país pequenino e que não tem que fazer, a desfavor de outra qualquer. A "longo" prazo, vamos ver quantos "agentes, managers, televisões, produtores fonográficos, audiovisuais, cinematográficos, operadores de cabo, organismos de radiodifusão, prestadores de serviços de Internet, associações de festas populares, partidos políticos, câmaras municipais ou juntas de freguesia" passam, num ápice, a estar inscritos na tal Inspecção-Geral das Actividades Culturais como "promotores" (de quê? Artistas propriamente ditos ou profissionais que, como uns sabem cozinhar, tratar de flores, sabem de leis ou de medicina, estes sabem cantar, interpretar, bailar - os que sabem - e, como os outros, têm que pagar o que todos pagam quando estão em funções meramente comerciais e não propriamente de "artista"?). Portanto, já não bastava qualquer badameco ser facilmente considerado pelo Estado um "artista", vamos ver quanto tempo demora a deixar a aldrabice espalhar-se até uma Carolina Patrocínio ou um Pedro Granger serem dados como artistas no que respeita aos seus impostos ao apoiarem políticos ou a fazerem publicidade a uma merda qualquer quando um partido político ou um espaço comercial passarem a servir legalmente de promotor.»
António Leite-Matos
António Leite-Matos
4 comentários:
E o insigne articulista, esqueceu-se de incluir nesse interessante rol de «artistas» o seu Grão-Mestre na arte de intrujar e aldrabar: o Refulgente.
Estas «artistas» de meia-tigela, o que é que querem?
Que lhe levemos o pequeno-almoço à cama?
Enquanto um trolha, um electricista, um camionista trabalham «no duro» e descontam «couro e cabelo» para sustentar esta republiqueta sucateira, andam esses «artistas» dos eventos, dos concursos, das musiquetas e das publicidades comerciais ( desde os pensos higiénicos até ao chourição em saldo no Pingo Doce) a reivindicarem tratamento fiscal priveligiado ou diferenciado!
Têm dinheiro para se pavonearem nas tv's e nas revistas cor-de-rosa, e os ilustres não querem pagar a sua quota-parte!...
O que é que essa gente faz de mais útil do que o coveiro do Alto de S.João que paga os seus impostos?
Tenham juízo!
respeitinho respeitinho
Plenamente de acordo com Garganta Funda.
Quando olho, na minha cidade, para o magnífico trabalho feito na pedra, por homens sempre ignorados, que o edifício da sua Câmara ostenta, pergunto: Pagaram-lhes o que a sua arte impunha? Tiveram reformas decentes? Beneficiaram da isenção de impostos?
E eram verdadeiros artistas e não parlapatões.
Com esta tropa fandanga a governar, todos os medíocres, falhados e lambe-botas, são os mais privilegiados, chamem-se artistas, políticos e afins.
Cps
S.Guimarães
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