7.12.09

PARABÉNS


Mário Soares comemora hoje 85 anos. Desde a sua recandidatura de 2006 que Soares passou mais a irritar-me do que a seduzir-me. Deixei de o ler. Tornou-se previsível e um "socrático" tardio. Tirou o velho socialismo republicano do baú onde o tinha metido e exibe-o como um brinquedo nos raros intervalos em que se esquece de Sócrates. Continua a desdenhar Alegre e, pelos vistos, nunca mais lhe perdoará a humilhação. Tem uma visão do planeta onde Lula da Silva e Chávez substituiram, no seu actual jargão, Willy Brandt ou Mitterrand. Trivializa coisas como o episódio sucateiro que corroem a democracia de que ele se considera o pai tirano. Em suma, Soares deixou de ser Soares para se tornar num mero instrumento de propaganda. Ora isto é mesquinho na história de um homem como Mário Soares. O Soares de que gosto é o Soares solar, o Soares do MASP 1, o Soares da liberdade, o homem de partido mas sem a canga do partido. Esse Soares está irremediavelmente perdido. Todavia, o homem deve superar a circunstância e mesquinho seria eu se não lhe desejasse venturas neste dia. Parabéns, dr. Soares.

Adenda: Agradeço que evitem comentários que sabem de antemão que não "passam" atento propósito do post.

12 comentários:

tavares disse...

Concerteza que é dia de parabéns ....mas fracamente, este facto é tão como dizer COMEZINHO!!!!

radical livre disse...

preferia estar a comemorar os 85 anos de Francisco Sá Carneiro.

este socialista nunca me mereceu um mínimo de atenção.
sobretudo depois de ouvir os comentários de 2 dos 3 fundadores do ps que foram obreiros da chafarica a que pertenci no gol

o 3º emigrou e voltou como refugiado politico e lacaio do
aniversariante

joshua disse...

Parabéns, mas não gosto dele.

Anónimo disse...

Pois. Soares é, na política que hoje alaga este país, a min ha maior perplexidade(que palavra estrondosa esta!).
O quê, ó Senhor dos Caminhos, ò Padroeiro dos Aflitos, Ó Martir São Sebastião, o que é que leva este homem, que, pela história que carrega, está para Sócrates como o azeite está para a água, a trilhar estes curtos caminhos?! O meu temor é que seja tudo menos razões celestes e muito terrenos, demasiado, excessivamente terrenas!

Rita

fado alexandrino. disse...

Vim das colónias, parece que eram províncias ultramarinas, corrido a pontapé.
Nunca me vou esquecer.
Tem que haver culpados.

Cáustico disse...

Do MS começo logo por não gostar, porque gostar verdadeiramente de homens só do meu Pai e dos meus irmãos.
Mas conhecendo o seu curriculo, só poderia gostar do menino Marinho, quando ainda não decidia pela sua cabeça.
Os salta-pocinhas políticos, os cata-ventos nojentos, sempre à espreita dos favores da fortuna, só merecem o meu repúdio.

Unknown disse...

Ora bolas,Dr.
Um mero ilusionista ( NUNCA um acrobata) de trapézio COM (muita)rede...

josé ricardo disse...

o João pediu atenção aos comentários. E com razão. Personagens como Mário Soares conjugam duas vias: ou se gostam ou se não gostam (melhor dizendo: odeiam). Estes comentários fazem prova disso mesmo (obviamente que aqui - nestes seus indefectíveis seguidores - só poderia pairar os da segunda via. gostei sobretudo daquele que veio das províncias ultramarinas e que afirmou que tem de haver culpados... francamente, caro João, este seria um dos comentários a apagar. Provavelmente este meu também. Um abraço e fecho agora o parêntesis)

António Viriato disse...

Soares, no final da sua carreira política, optou por ser uma espécie de Padrinho da família dita socialista, mas, sobretudo, republicana, anti-clerical e jacobina, lídima herdeira dos exaltados anti-monárquicos do início do século XX.

Esqueceu princípios e ideais e limitou-se a robustecer um grupo de apaniguados do seu Partido, que defende, acima de tudo, os seus próprios interesses pessoais, fazendo para isso os favores que forem precisos a outros grupos de interesses, no caso, especialmente económicos ou financeiros, contanto que daí resultem contrapartidas palpáveis.

É triste, ver Soares eclipsar-se por objectivos tão baixos, tão
comezinhos, estes sim, pelos quais deslustra um passado político que atingiu o cume do prestígio, no período de brasa de 1974-75.

Mas ele assim o quis e assim vai ficar, na maré baixa da política do pós 25 de Abril.

Nem os seus mais esforçados acólitos o hão-de reabilitar aos olhos dos seus contemporâneos.

Escreva lá as suas Memórias, que há tanto tempo prometeu, para atenuar esta nossa decepcionante apreciação, em lugar de desperdiçar talento e oportunidade com artigos pró-socretinos, no jornal da nova situação.

Veremos, então, se termina com atenuantes...

Intrigado disse...

A adenda era perfeitamente dispensável.
Tem alguma coisa contra o Rui Mateus?

fado alexandrino. disse...

josé ricardo disse...

Muito obrigado por dar atenção ao meu comentário.
Vejo pela sua opinião que não deve haver culpados de nada.
É uma ideia a considerar.
A sua ideia de censura também é curiosa.

Anónimo disse...

Eu também estive no ultramar, e jamais esquecerei que este homem andava a angariar fundos pelo estrangeiro para que os seus capangas nos limpassem o sebo.
Tem também a grande responsabilidade da morte de muitos colonos inocentes, assim como mulheres e crianças.
Cps
S.G.